Adiado julgamento da extradição de Assange

Devido às dificuldades de circulação ligadas à quarentena imposta pela Covid-19, a justiça britânica concordou em adiar o recomeço do julgamento da extradição para os Estados Unidos do fundador da Wikileaks, Julian Assange, sessão que estava prevista para 18 de Maio.

O adiamento foi decidido pela juíza Vanessa Baraitser, numa audiência virtual realizada na segunda-feira, 27, no Tribunal de Magistrados de Westminster, durante a qual a defesa do jornalista australiano argumentou que as medidas de distanciamento social vigentes no Reino Unido desde 23 de Março a impedem de falar com o seu constituinte.

O advogado Edward Fitzgerald denunciou que não tinha podido reunir-se na semana passada com Assange nas celas do tribunal adjacente à prisão londrina de Belmarsh, onde em finais de Fevereiro decorreu a primeira sessão do julgamento.

Os representantes da procuradoria-geral dos EUA, que pretendem julgar o cíber-activista por ter divulgado, há 10 anos, no seu portal Wikileaks, centenas de milhares de documentos e ficheiros secretos da diplomacia e dos militares norte-americanos, concordaram também que não seria seguro prosseguir nesta altura o processo.

Depois de ouvir os argumentos, a juíza concordou que o mais apropriado agora será adiar o reinício da segunda parte do processo de extradição e convocou uma nova audiência virtual para 4 de Maio, par fixar uma nova data, a qual, disse, poderia ser a partir de 2 de Novembro.

Por razões de saúde, Assange não esteve presente na sessão por vídeo-conferência, o que reforça as preocupações dos seus familiares e apoiantes, recusando-se, no entanto, a juíza Vanessa Baraitser a conceder-lhe liberdade condicional.




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