CGTP-IN exige na íntegra rendimentos, direitos e emprego

APOIOS A CGTP-IN criticou«o desequilíbrio entre as medidas que estão a ser colocadas à disposição das entidades patronais e, por outro lado, as que estão à disposição dos trabalhadores».

Houve rapidez a decidir apoios para empresas que menos necessitam

Em reacção à declaração do estado de emergência, às medidas subsequentes do Governo e aos anunciados apoios às empresas, a CGTP-IN defendeu que, «nas medidas a adoptar neste tempo difícil, seja garantida a totalidade dos rendimentos e dos direitos dos trabalhadores e sejam garantidos todos os postos de trabalho». Num comunicado de imprensa emitido no dia 20, a confederação considerou «inaceitável que, para os trabalhadores, continuem a não existir medidas que garantam a totalidade dos rendimentos», pois são eles «os verdadeiros motores da criação de riqueza» e sem eles «nada funciona».

A desigualdade é agravada pelo facto de, num quadro em que os recursos são escassos face às necessidades, o Governo estar a direccionar os apoios concentrando-os nas grandes empresas que, na sua larga maioria, não só têm condições para aguentar o embate da retracção da actividade económica, como devem mesmo ser chamadas a contribuir de forma robusta para o esforço colectivo».

Perante «o manancial de medidas anunciadas» pelo Governo, a Intersindical Nacional «denuncia de forma veemente um tipo de actuação, tão rápido a disponibilizar apoios às empresas que deles menos necessitam e tão lento a prestar o apoio necessário aos trabalhadores, protegendo as suas condições de subsistência, o que só pode ser conseguido garantindo o pagamento da totalidade da sua retribuição normal».

As medidas, «conforme foram apresentadas até agora», «agravam as desigualdades, nomeadamente entre o trabalho e o capital, e «fazem recair o fardo do surto pandémico sobre quem depende da venda da sua força de trabalho». «Ou seja, uma vez mais, voltam a ser os trabalhadores a arcar com os custos da crise», protesta a central

Da solidariedade
à acção

Para a CGTP-IN, «é necessário valorizar e manifestar todo o apreço pelo trabalho dos que estão na linha da frente do combate à COVID-19, quer seja no plano da saúde e segurança, quer seja dos que garantem os serviços e bens essenciais».

Ora, «sendo grande a solidariedade da sociedade para com estes profissionais, é inconcebível a persistência de lacunas nas condições de trabalho, nomeadamente ao nível da garantia do mínimo de condições sanitárias, dos ritmos de trabalho e da falta de materiais de protecção», o que ocorre «tanto no sector da saúde e protecção civil, como nos serviços de atendimento à população» e que a Inter exige que seja resolvida. «É hora de passar da proclamação da solidariedade para a adopção de medidas que garantam a segurança e todas as condições para o exercício das actividades imprescindíveis nesta altura de resposta ao surto, é hora de apostar no SNS e reforçar a informação às populações sobre a forma de como e quando agir», salienta-se no comunicado.

De igual forma, «tem de ser garantida a saúde e segurança de todos quantos, nos seus locais de trabalho, asseguram o funcionamento das actividades económicas fundamentais».

A CGTP-IN reclamou ainda «medidas que garantam salários e direitos e que acabem com os abusos e ilegalidades» patronais, destacando situações como «despedimentos, rescisão de contratos a termo, marcação compulsiva de férias, alteração e aumento unilateral dos horários de trabalho, eliminação de pausas».

Neste «quadro em que se multiplicam as ilegalidades e arbitrariedades patronais», a Inter assinala que os despedimentos foram «facilitados pelas recentes alterações à legislação laboral», cuja alteração tem sido insistentemente exigida.



Mais artigos de: Trabalhadores

Administração Pública na linha da frente

Ao exigir, no dia 19, o reforço dos serviços públicos e dos seus trabalhadores, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública realçou que «na linha da frente responderam, desde o primeiro momento, trabalhadores que há mais de dez anos vêem os seus direitos mais básicos violentados e atacados», «sem aumentos, sem...

Sindicato contra «decisão absurda» da Câmara de Sintra

O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA) contesta a decisão da Câmara Municipal de Sintra de obrigar todos os trabalhadores não docentes a estarem nas escolas. Esta é uma «decisão absurda», uma «imposição que não ajuda a combater a pandemia», considera o sindicato numa nota...

STAL propõe medidas extraordinárias

Através de uma carta-circular a todas as câmaras municipais e empresas locais ou concessionárias de serviços públicos, o STAL/CGTP-IN propôs, dia 17, nove«medidas extraordinárias para garantir a protecção e defesa da saúde dos trabalhadores que, apesar da pandemia de COVID-19, vão continuar a trabalhar de forma a...

Protecção da saúde e dos direitos

A CGTP-IN e várias das suas estruturas fizeram nestes dias um especial esforço de esclarecimento dos trabalhadores sobre os seus direitos e os deveres patronais, quer em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho, quer quanto às medidas extraordinárias que têm entrado em vigor, como resposta à...

Os heróis com baixos salários

O CESP/CGTP-IN defendeu, dia 23, que «é urgente uma forte e imediata intervenção por parte das autoridades inspectivas» nos super e hipermercados e no sector social. À comunicação social, o sindicato admitiu que os trabalhadores «têm consciência e sabem da importância do seu trabalho». Mas, sendo «agora intitulados de...

Exigido apoio directo aos trabalhadores

A Federação dos Sindicatos da Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo reclamou do Governo medidas de apoio directo aos trabalhadores das empresas que tenham suspensa a actividade e que não paguem os salários no final de Março. Estas medidas, adiantou a Fesaht/CGTP-IN, na segunda-feira, dia 23, poderão passar pela...