Combater a epidemia sem aproveitamentos

ACÇÃO O Governo tomou uma série de medidas para fazer face à epidemia de Covid-19. Para o PCP, estas estão «ainda longe de preencher o conjunto de necessidades que previsivelmente se colocarão» e suscitam, em si mesmas, aspectos contraditórios.

Há insuficiências e contradições nas medidas do Governo

LUSA


Era já madrugada de dia 13 quando o Governo apresentou, em conferência de imprensa, um primeiro pacote de 30 medidas, a que acresceram outras, anunciadas nos dias seguintes. No geral, incidem sobre o aumento da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, a definição de restrições e proibições na frequência de iniciativas e espaços públicos, o fecho das fronteiras terrestres para fins de turismo e lazer, a concessão de apoios a empresas e trabalhadores.

Reagindo no próprio dia 13, o PCP considerou «da maior importância a adopção de um conjunto de medidas de prevenção face à evolução do surto epidémico», reafirmando ao mesmo tempo a «rejeição de lógicas alarmistas que criam um clima de intranquilidade e medo desproporcionados». O que se impõe, assume, é a observação do conjunto das orientações emanadas da autoridade de saúde pública.

Quanto às medidas em si, o Partido assume-as como uma «resposta mais imediata», havendo aspectos insuficientes e contraditórios e «aproveitamentos que não têm a ver com o combate ao surto epidémico». São os casos, garante, do recurso «indeterminado e arbitrário ao lay-off» e a multiplicação de «atropelos a direitos e à própria liberdade sindical, com consequências na redução de salários e rendimentos dos trabalhadores e nas receitas da Segurança Social».

Relativamente ao fecho de todos os estabelecimentos de ensino, «explicável e compreensível na conjuntura criada», o PCP defende que sejam «inteiramente acautelados os aspectos contraditórios que tal situação cria em mais de 700 mil famílias, nos planos familiar, social e económico. A redução de salários proposta acrescentará, com a perda de poder de compra inerente, uma «retracção do mercado interno indutora de uma dinâmica recessiva que é preciso prevenir».




Mais artigos de: Em Foco

PCP reage a declaração do Estado de emergência

ACTUALIDADE O Presidente da República decidiu, ontem, decretar o Estado de Emergência e à hora do fecho da nossa edição faltava confirmar a posição assumida pela Assembleia da República. O PCP reagiu de imediato.

Covid-19: reforçar o SNS e salvaguardar os direitos

PANDEMIA O PCP defende a aplicação das medidas necessárias à contenção do surto do novo coronavírus, desde logo o reforço imediato do Serviço Nacional de Saúde, mas rejeita que a esse pretexto sejam desferidos novos ataques aos direitos dos trabalhadores.