Greves por melhores salários na Risto Rail e na TST

LUTA As greves dos trabalhadores da Transportes Sul do Tejo e dos bares dos comboios Alfa e Intercidades tiveram níveis de adesão muito elevados, abrindo caminho para avanços na negociação.

A forma superior de luta dos trabalhadores confirmou a sua eficácia

Na transportadora rodoviária de passageiros do Grupo Arriva, que serve os concelhos de Almada, Moita, Sesimbra e Setúbal, a paralisação de 24 horas, no dia 6, quinta-feira, foi convocada pelo STRUP (sindicato da Fectrans/CGTP-IN) e outras duas estruturas (Sitra e SNM) para permitir a realização de um plenário, nas instalações da empresa no Laranjeiro.
A luta «paralisou praticamente toda a empresa» e os trabalhadores «decidiram mandatar os sindicatos para avançarem para a greve, caso na reunião com a administração, marcada para a segunda quinzena de Fevereiro, não sejam apresentadas propostas que conduzam à valorização salarial nos termos das reivindicações sindicais», sintetizou a Fectrans, nessa tarde.
Os sindicatos convocaram os trabalhadores para analisarem a resposta a dar ao adiamento da negociação da valorização dos salários.
A administração da TST «obrigou-se a entregar uma proposta até ao dia 15 de Dezembro passado, com o objectivo da valorização dos salários, tendo o administrador declarado publicamente que é necessário elevá-los ao nível daquilo que é praticado na Carris», mas «não fez a entrega de qualquer proposta». «Não se pode aceitar que o discurso público não tenha correspondência na prática e que os trabalhadores continuem sem ver valorizados os salários», salientavam os sindicatos, num comunicado conjunto, ao convocarem o plenário e a greve.

Os trabalhadores da Risto Rail (Grupo LSG/Lufthansa), concessionária dos bares nos comboios Alfa e Intercidades, entraram em greve no dia 6, com adesão praticamente total, por aumentos salariais e melhores condições de trabalho. Nessa manhã, em plenários simultâneos nas estações de Campanhã e Santa Apolónia, decidiram prosseguir a greve no dia seguinte.
Em Novembro, foi apresentada à empresa a reivindicação de um aumento de 90 euros para todos os trabalhadores, em 2020, mas não houve qualquer contraproposta patronal, como explicou o Sindicato da Hotelaria do Norte.
Na sexta-feira, os trabalhadores decidiram não prolongar a greve (que nesse dia voltou a ter adesão quase total) para além da meia-noite. Os sindicatos da Fesaht/CGTP-IN voltaram a exigir à gerência uma contra-proposta salarial e o início de negociações.

Decididas
greves

Por aumentos salariais de 90 euros e perante a ausência de resposta patronal a esta e outras reivindicações, os trabalhadores da Autoneum Portugal decidiram na quarta-feira, dia 5, marcar 24 horas de greve para dia 17.
Num plenário, junto à portaria da fábrica, no Alto da Guerra (Setúbal), vários trabalhadores relataram a degradação das condições de trabalho e afirmaram a determinação de continuar a luta, como referiu o SITE Sul, numa nota de imprensa.
O sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN detalhou as reivindicações (entre as quais constam a valorização das carreiras profissionais, a integração no quadro de efectivos de todos os trabalhadores com vínculo precário e a melhoria das condições de trabalho) e assinalou a participação dos coordenadores da Fiequimetal, Rogério Silva, e da União dos Sindicatos de Setúbal, Luís Leitão.
A Comissão Concelhia do PCP marcou presença, reafirmando solidariedade e apoio à luta dos trabalhadores desta fábrica de componentes para o sector automóvel, propriedade de uma multinacional suíça.

Para amanhã, dia 14, foi marcada greve de 24 horas na Apapol (Aliança Panificadora de Algés, Paço de Arcos e Oeiras), pelo cumprimento do contrato colectivo de trabalho, pela negociação e aplicação das categorias profissionais e por aumentos salariais iguais para todos.
«Apesar de anos de luta marcados com concentrações e inúmeras greves, a empresa tem tomado uma posição irredutível quanto às reivindicações destes trabalhadores que, não obstante as dificuldades, têm-se mantido determinados e unidos na luta», assinalou o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab, da Fesaht/CGTP-IN).

 



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