Bloqueio da Brisa na negociação requer resposta de luta

REIVINDICAÇÃO O aumento de 90 euros para todos os trabalhadores teria um impacto de três milhões de euros nas contas do Grupo Brisa, que prevê lucros de 200 milhões relativos a 2019.

É justo e realista o aumento de 90 euros para todos em 2020

As contas são apresentadas na mais recente informação do CESP/CGTP-IN sobre a negociação da revisão do acordo colectivo de trabalho (ACT), ao fim de quatro reuniões.
No folheto, com data de 30 de Janeiro, os representantes patronais são acusados de tentarem bloquear o processo, com uma proposta de 0,3 por cento, que é classificada como «manobra de diversão».
O sindicato lembra os lucros crescentes obtidos pelo grupo: 136,1 milhões de euros, em 2017; 166,8 milhões em 2018; e 83,2 milhões no primeiro semestre de 2019, com estimativa de quase 200 milhões no total anual.
Entretanto, «os aumentos salariais não têm acompanhado a subida do salário mínimo nacional», pelo que «brevemente vamos ter trabalhadores a auferirem o SMN e outros com vencimentos pouco acima», avisa o CESP.
«Para contrariar este caminho», o sindicato reivindica 4,7 por cento de acréscimo na tabela salarial, assegurando a todos os trabalhadores um aumento de 90 euros. Este «acarretaria um investimento aproximado de três milhões de euros», ou seja, «em vez dos tais 200 milhões de euros que vão embolsar, lucrariam 197 milhões».
Questionando se este valor não seria «suficiente» para os accionistas, o sindicato salienta que, «para os trabalhadores, 90 euros por mês significaria uma grande diferença na melhoria das condições de vida e motivação».
Para «dar a resposta adequada a esta administração», o sindicato apela à luta dos trabalhadores. Estão agendadas reuniões de negociação para hoje e para os dias 17 e 20.

Plenários na CUF

A administração do Grupo José de Mello Saúde declarou que não pretende discutir com o CESP o caderno reivindicativo que o sindicato pretendia incluir na ordem de trabalhos de uma reunião que estava marcada para 30 de Janeiro. Além de remeter a negociação para a associação patronal da Hospitalização Privada (APHP), a administração desmarcou a reunião com o sindicato.
O CESP reafirmou que pretende tratar do caderno reivindicativo no âmbito do grupo e propôs nova reunião para o próximo dia 24.
Na informação sindical de Fevereiro, distribuída nas unidades do grupo, o sindicato realça a grande participação no primeiro plenário geral de trabalhadores da José de Mello Saúde, a 20 de Dezembro, frente à CUF Infante Santo, em Lisboa. Do caderno reivindicativo apresentado fazem parte as reivindicações salientadas numa resolução ali aprovada, com destaque para a aplicação do contrato colectivo de trabalho e o aumento dos salários em 90 euros para todos os trabalhadores.
O CESP está a realizar este mês plenários nos vários locais de trabalho: no centro de contacto e na CUF Infante Santo, na semana passada; em Carnaxide e na CUF Sintra, dia 19; na CUF Miraflores, dia 26.

 



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