Protesto contra amianto em escola do Seixal
EDUCAÇÃO Alunos, pais, professores e funcionários da Escola Básica Dr. António Augusto Louro, no Seixal, voltaram a exigir, no passado dia 23, a remoção imediata das coberturas com fibrocimento do estabelecimento de ensino.
«Governo está na hora. Amianto daqui para fora»
O protesto – convocado pela União de País da EB – pretendeu alertar para a ausência de marcação pela Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares de uma data para a remoção do amianto na escola. «Governo está na hora. Amianto daqui para fora», lia-se numa enorme faixa erguida pelos alunos. A concentração contou com a presença de Paula Santos, deputada do PCP na Assembleia da República, e Maria João Macau, vereadora na Câmara Municipal do Seixal.
Com quase 30 anos de funcionamento, as instalações desta escola da freguesia de Arrentela padecem de diversas patologias que exigem uma requalificação generalizada do edificado e do espaço de logradouro.
Apesar de ter sido aprovada legislação que impõe ao Governo a listagem dos edifícios públicos com materiais que contém amianto e a sua remoção, a verdade é que nesta escola persistem coberturas com amianto, situação agravada pelo estado de degradação em que se encontram, sendo um potencial risco para a saúde de professores, funcionários e estudantes.
O Grupo Parlamentar do PCP já questionou o Governo sobre a necessidade de remoção das coberturas com amianto. Em resposta, o Executivo PS, ignorando a situação, afirma que as coberturas de fibrocimento «não evidenciam desgaste que constitua perigo de libertação de particulas ou perigosidade para a saúde humana», o que no mínimo é inaceitável, quando basta percorrer o espaço da escola para se identificar placas partidas e deterioração provocada por fungos e líquenes que se encontram nas coberturas.
Luta persistente
Saudando a luta dos estudantes, a JCP também alertou para aquela «situação dramática», que revela «o desinvestimento na Escola Pública pelos sucessivos governos PS, PSD e CDS». «O actual Governo do PS insiste em não tomar as medidas eficazes para a resolução dos problemas e assegurar as condições adequadas para o sucesso escolar e o bom funcionamento da escola» e, simultaneamente, «salvaguardar as questões de segurança e conforto», lamentam os jovens comunistas.
Marcha em Camarate
No dia 21 de Janeiro, em Camatare, Loures, professores, estudantes, pais e encarregados de educação participaram numa marcha contra o amianto e pela requalificação da Escola Básica 2,3 Mário de Sá Carneiro. A escola apresenta anomalias graves e profundas no seu edificado, consequência de mais de quatro décadas de falta de investimento por parte do Ministério da Educação, situação para a qual o município tem vindo a alertar insistentemente nos últimos anos. Esta acção contou com a presença de Gonçalo Caroço, vereador da Educação na Câmara Municipal de Loures.
Em comunicado, a CDU lembra que a autarquia tem em curso um plano de remoção do fibrocimento nas escolas básicas do 1.º ciclo e jardins-de-infância. Nas escolas da responsabilidade do Governo (2.º e 3.º ciclos), «não houve, nem estão previstas quaisquer intervenções nesse sentido».
«Em Loures a comunidade educativa organiza-se e luta pelo urgente investimento na escola pública por parte do Governo. O município luta lado a lado com todos eles», afirmou Gonçalo Caroço.
Em Dezembro de 2019, o PS chumbou na Assembleia da República as propostas do PCP e do PEV para que o Governo assumisse um calendário urgente para a remoção do amianto dos edifícios públicos.