O parecer ontem divulgado pela APA, favorável à utilização da Base Aérea do Montijo para uso aeroportuário civil, «insere-se no processo de cedência do Governo PS aos interesses da multinacional Vinci», acusa o Partido, em nota do seu Gabinete de Imprensa, lembrando que «mais uma vez» os interesses monopolistas estão a ser «colocados à frente dos interesse do País», impedindo que Portugal «disponha de uma infra-estrutura estratégica indispensável ao seu desenvolvimento».

Em vez de um «apeadeiro» no Montijo, o PCP reclama a construção de um novo aeroporto internacional no Campo de Tiro de Alcochete, com «capacidade de expansão e de desenvolvimento», que «permita um investimento faseado para dar resposta às necessidades futuras do País» e «integre, com melhores condições, as múltiplas actividades de importância estratégica que se desenvolvem na aviação civil, em articulação com outros modos de transporte, inserida numa estratégia mais ampla de modernização e desenvolvimento das principais infra-estruturas nacionais».

«Portugal precisa de um aeroporto com futuro, que permita um processo de transição, não para sobrecarregar, mas para aliviar a pressão sobre o actual Aeroporto de Lisboa», sublinham os comunistas. Esta mudança, acrescentam, deverá ser «um factor, não de degradação, mas sim de ordenamento e de qualificação do território, evitando e minimizando impactos nefastos sobre as populações e os ecossistemas».

Ilegalidades e atropelos

No mesmo dia, 22, a Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não! considerou que a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) da APA é «mais uma peça num processo com ilegalidades e atropelos às leis nacionais e convenções internacionais». Entretanto, várias organizações ambientalistas já anunciaram que vão recorrer aos tribunais e à Comissão Europeia para travar o aeroporto do Montijo, por considerarem ir contra as leis nacionais, as directivas europeias e os tratados internacionais.