Sem diálogo voltará a luta na PSA Mangualde
A greve iniciada a 13 de Julho no centro de produção da PSA Peugeot Citroën em Mangualde chegou ao fim no dia 31 de Dezembro e o SITE Centro-Norte decidiu não a prolongar, retirando à direcção da fábrica o argumento de que não negoceia enquanto estão em curso formas de luta.
Um dirigente do sindicato explicou à agência Lusa, no último dia de 2019, que vão ser encetados contactos com os responsáveis patronais para «ver o que é que eles estão dispostos a fazer» relativamente à contestada «bolsa de horas».
Telmo Reis, trabalhador na PSA Mangualde e também dirigente da Fiequimetal/CGTP-IN, assinalou que a negociação deve ter por objectivo melhorar a «bolsa de horas» ou acabar com ela, anunciada pela empresa até ao último trimestre de 2020.
Ao convocar a greve, o sindicato indicou como reivindicações o fim da «bolsa de horas», a manutenção dos dois dias consecutivos de descanso semanal, a não realização de mais de 8 horas diárias de trabalho, e o fim da perseguição, chantagem, pressão e repressão naquela unidade fabril.
O dirigente realçou que a Autoridade para as Condições do Trabalho, accionada pelo sindicato, confirmou abusos e levantou dois autos à empresa: por violação do intervalo de descanso entre jornadas de trabalho, que deve ser de onze horas, e por cortes no prémio de assiduidade de trabalhadores grevistas, pois a paralisação abrangia apenas horas extra, ficando sempre completas as 40 horas semanais.
Acreditando que vai ser possível dialogar em Janeiro e esperando «bons resultados», Telmo Reis admitiu que «a luta voltará», caso o desfecho seja outro.