PCP quer reabertura imediata da Pediatria em Torres Vedras
URGÊNCIA Reforçar o quadro de pessoal no Hospital de Torres Vedras para impedir situações de encerramento provisório, como sucede com o serviço de pediatria, é a reivindicação imediata do PCP, que questionou o Governo sobre o que vai fazer.
O SNS é o principal garante do direito à Saúde
A Comissão Concelhia de Torres Vedras do PCP considera que «a recente situação da falta de quadros no serviço de pediatria do Hospital de Torres Vedras, que levou ao encerramento temporário ou à sua manutenção sem a presença de qualquer médico pediatra, denota bem a forma como o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é atacado por quem tem a responsabilidade de o gerir». Em comunicado divulgado anteontem, os comunistas torrienses sublinham ainda que «é imperativo contrariar qualquer propósito de mitigação de danos e adaptação conformista às insuficiências existentes, reduzindo ainda mais a capacidade dos Centros de Saúde e os Hospitais do SNS em cumprir a sua missão».
Na base do problema, nota a direcção local do PCP, estão os «anos de desinvestimento e sub-orçamentação e os incentivos ao desenvolvimento de empresas privadas prestadoras de cuidados de saúde», situação pela qual responsabiliza os governos do PS, PSD e CDS. Quem perde é a população de Torres Vedras, que vê a «capacidade de resposta do serviço público longe de satisfazer as necessidades». Isto apesar de o SNS continuar a ser, «no nosso concelho, o principal garante do direito da população à Saúde».
A comissão concelhia de Torres Vedras do PCP alerta também para aqueles que são «defensores do SNS quando estão em Torres Vedras, e do seu contrário quando estão em Lisboa», realçando, por outro lado, que «as soluções que vêm sendo apresentadas na gestão de um hospital regional acabam por castigar fortemente a população do concelho».
Iniciativa imediata
Entretanto, o Grupo Parlamentar do PCP entregou na Assembleia da República, segunda-feira, 6, uma pergunta dirigida ao Ministério da Saúde. A bancada comunista pretende saber que medidas está a tomar a tutela para garantir a abertura da urgência pediátrica de Torres Vedras, designadamente através da contratação dos profissionais imprescindíveis ao seu regular funcionamento.
Recorde-se que no sábado, 4, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, questionada sobre se o reencaminhamento de doentes para as Caldas da Rainha é para resolver ou é definitivo, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que o assunto está «dependente do número de pediatras» e admitiu que as administrações Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) estão a «reflectir» sobre a solução.
No domingo, 5, cerca de duas centenas de pessoas concentraram-se numa vigília frente ao Hospital de Torres Vedras em defesa da manutenção da urgência pediátrica.
O CHO integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche e serve cerca de 300 mil habitantes daqueles concelhos, assim como de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça e Mafra.