Colômbia: um mês de protestos contra a violência e pela paz

A Colômbia vive há mais de um mês protestos anti-governamentais contra a violência e pela paz, algo que não se via há décadas no país.

As acções tiveram início com a greve nacional de 21 de Novembro durante a qual diversos sectores saíram às ruas para expressar descontentamento e exigir medidas efectivas na educação, saúde, emprego e meio ambiente. Desde então, sucedem-se diferentes formas de protesto, na maioria pacíficas, como comícios, concertos e cacerolazos.

A galopante desigualdade e décadas de abandono estatal são a causa dos protestos. No decorrer dos mesmos, repetiram-se as denúncias de violações dos direitos humanos por uso excessivo da força da polícia, em especial do Esquadrão Móvel Anti-Distúrbios (Esmad). Um jovem morreu, depois de ter sido ferido com gravidade por um polícia daquele corpo durante uma manifestação pacífica em Bogotá.

Apesar das mobilizações populares, a opinião da maioria dos cidadãos coincide em que o governo e o parlamento não ouvem o descontentamento expresso nas ruas, já que o Congresso acaba de aprovar um polémico projecto de reforma tributária, considerada pela oposição lesiva de milhões de pessoas.

As reuniões entre o Comité de Greve e o governo continuam, entretanto, sem alcançar acordos.

Diógenes Orjuela, presidente da Central Unitária de Trabalhadores, reitera que não se chegou a acordos porque há discrepâncias com o governo sobre a natureza dos contactos. «Eles falam de “conversas”, enquanto nós insistimos na necessidade de uma mesa de negociação com o Comité de Greve, distinta do “diálogo nacional” do governo», resumiu Orjuela.

Entre as exigências do movimento popular constam a dissolução do Esmad e o saneamento da Polícia Nacional; a suspensão dos processos de privatização de bens do Estado; e o cumprimento e implementação do Acordo de Paz assinado em 2016 entre o Estado e a ex-guerrilha das FARC-EP.

 



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