Governo da Argentina declara emergência económica e social
MUDANÇAS Vencedor das eleições de 27 de Outubro, com a coligação Frente para Todos, o novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, e o seu governo trabalham já em políticas económicas e sociais que beneficiem o povo.
Milhões de argentinos acreditam ser possível viver num país melhor
Entre várias medidas já postas em marcha, o novo governo do presidente argentino Alberto Fernández trabalha para enviar esta semana ao Congresso um projecto de lei para declarar a emergência económica, social e sanitária. O mega projecto da tripla emergência, como o definiram vários meios de informação em Buenos Aires, é amplo e destina-se a aliviar a complexa situação dos trabalhadores com menores rendimentos e desempregados, que foram afectados por anos de políticas neoliberais do anterior governo.
A iniciativa legislativa vai implicar mudanças positivas para o povo nos impostos, nas reformas e na saúde, esperando-se que o projecto chegue esta semana à Câmara de Deputados e logo depois ao Senado para aprovação.
Entretanto, ecoam ainda, na Argentina, as palavras proferidas perante milhares de pessoas reunidas na Praça de Maio, na capital, no dia 10, pelos recém-empossados presidente Alberto Fernández, e vice-presidente Cristina Fernández.
«Foram quatro anos muito duros, também para quem foi objecto de perseguição», afirmou Cristina, ao recordar os momentos de perseguição política durante o mandato do presidente cessante, Maurício Macri. «No entanto, estamos aqui porque unimos as vontades de milhões de pessoas que acreditam que é possível viver num país melhor», sublinhou, enfatizando que o colectivo é mais importante que o particular.
Por sua parte, o novo chefe do Estado afirmou que «estamos unidos para pôr a Argentina de pé» e que vale a pena recordar o passado mais recente sobretudo «para o não repetir», denunciando as políticas neoliberais que empobreceram o país, trouxeram miséria e dívidas. «Os que hoje estão a passar mal, os que estão sem trabalho, os que caíram no poço da pobreza, os jovens que ficaram sem aulas, não receiem, esses serão agora os privilegiados», prometeu Alberto Fernández. «Unamos os nossos esforços, façamos o necessário e procuremos a solução de cada problema», instou.
Horas depois de ter sido investido no Congresso como presidente da República, Alberto Fernández empossou o novo governo de 21 ministros que o acompanharão, a ele e à vice-presidente, na direcção do país nos próximos quatro anos.
O executivo inclui novas figuras e outras com experiência. O Ministério da Economia, um dos cargos mais importantes dada a situação económica crítica que enfrenta a Argentina, foi assumido por Martín Guzmán, com apenas 37 anos, que se tornou assim num dos ministros daquela pasta mais jovens da história da nação sul-americana.