Comunistas libaneses destacam necessidade de mudanças no Líbano
Enquanto permanecerem no poder no Líbano as mesmas forças, manter-se-ão as mesmas políticas económicas e sociais – afirmou o secretário-geral do Partido Comunista Libanês, Hanna Gharib, em declarações ao canal pan-árabe Al Mayadeen.
«As políticas não mudarão [no Líbano] enquanto permanecerem os mesmos no poder», insistiu o dirigente comunista libanês, citado pela Prensa Latina.
Gharib considerou que, por tal motivo, apenas bloquear estradas não contribui para o levantamento popular actual e requerem-se outras formas de protesto para expressar as exigências populares. «Quando falta consenso no ambiente geral do movimento popular sobre a forma de manifestar-se, há que mudar os métodos», opinou. «Em todo o caso – acrescentou – não podemos enfrentar os norte-americanos e os sionistas sem nos livrarmos desta classe política».
De acordo com Gharib, o primeiro-ministro Saad Hariri demitiu-se a mando dos Estados Unidos e «o levantamento do povo impôs outra realidade no Líbano, mesmo que os governantes em Beirute continuem a negá-la». «Queremos um governo de transição fora do establishment actual», sublinhando que a verdadeira batalha pela independência do Líbano consiste em erradicar o sistema confessional de seitas, com quotas garantidas.
As autoridades libanesas atacam os sindicatos e, em particular, a Coordenação Sindical, para impedir que essas organizações laborais liderem o movimento de desobediência massiva iniciado em 17 de Outubro passado.
Na opinião do líder comunista, não deviam ter-se concretizado as alianças da Resistência com outras forças políticas, no final da guerra contra Israel em 2006, e agora é o momento de rompê-las. «Os corruptos da classe no poder constituem um perigo para a Resistência e na actualidade todo o povo libanês estará disposto ao combate contra Israel, não só o Hezbollah e os comunistas, porque é notório que se ampliou o apoio popular para rechaçar outra agressão do regime de Telavive», assegurou.