Cada voto na CDU conta para fazer o País avançar
MOBILIZAÇÃO No sábado, 28, à entrada da derradeira semana da campanha eleitoral, a CDU protagonizou grandiosas iniciativas no distrito de Setúbal, comprovando que, como Jerónimo de Sousa tem insistido, o resultado da Coligação PCP-PEV «ainda está em construção».
Só o reforço da CDU pode garantir que não se recua no que foi alcançado
No grandioso comício de Almada, que se seguiu a um impressionante desfile iniciado junto ao portão da base naval onde funciona o Arsenal do Alfeite, o Secretário-geral do PCP apelou aos activistas que faziam transbordar o pavilhão da centenária SFUAP a prosseguirem o contacto com os trabalhadores e o povo, esclarecendo-os para o que está efectivamente em causa no próximo domingo e ganhando-os para o voto na CDU. É que, ao contrário de outras forças, a CDU depende apenas do seu imenso e generoso colectivo de candidatos e activistas para construir o seu resultado.
Mais tarde, no jantar que encheu o Salão do Povo de Sines, Jerónimo de Sousa juntou àquela ideia uma outra: a de que cada voto na CDU conta para «avançar e não andar para trás», tal como contou, na presente legislatura, para o aumento dos salários e das reformas, para a recuperação dos feriados, para a gratuitidade dos manuais escolares, para os passes sociais mais baratos e abrangentes. Relativamente a estas e outras conquistas, o dirigente comunista salientou que só foram concretizadas graças à insistência do PCP e do PEV e, muitas vezes, contra a própria vontade do PS.
É que o PS, lembrou, não alterou a sua natureza e opções de fundo. Só as circunstâncias em que governou é que se alteraram. Daí ser necessário que no próximo dia 6 não só se impeça que o PS alcance a maioria absoluta como se dê mais força à CDU, concluiu o Secretário-geral.
Propostas decisivas
Coube ao primeiro candidato por aquele círculo eleitoral, Francisco Lopes, destacar algumas das propostas centrais da CDU para o distrito de Setúbal, desde logo a construção do novo aeroporto de Lisboa no campo de tiro de Alcochete. A solução apontada pelo Governo, denunciou, visa manter em Lisboa um aeroporto «sobrelotado» acrescentando-lhe um «apeadeiro aeroportuário» no Montijo. A ligação fluvial entre concelhos ribeirinhos da Margem Sul do Tejo, o fim da PPP com a Fertagus, a aquisição de mais barcos e autocarros, a concretização do Hospital do Seixal (que o Governo adiou o mais que pôde), a conclusão do IP8 e a terceira travessia do Tejo, em modo rodoferroviário, são outras das propostas da CDU.
Após lembrar que foram os comunistas e os ecologistas quem, desde o início, se bateu pelos passes sociais mais baratos e abrangentes – ainda em 2016, proposta semelhante foi reprovada por PS, PSD e CDS com a abstenção do BE –, o primeiro candidato defendeu que esta medida, para prevalecer, deverá ser inscrita numa lei própria e não apenas anualmente em cada um dos orçamentos do Estado.
Pelo PEV falaram, em Almada e em Sines, os candidatos José Luís Ferreira e Tiago Aldeias, lembrando as lutas que o seu partido trava há 37 anos em defesa do ambiente e da justiça social. Foi a CDU, e não qualquer outra força, a propor e alcançar as duas medidas de maior alcance ambiental aprovadas nos últimos anos: os passes sociais e a limitação da expansão do eucalipto.
Da Juventude CDU, o candidato Simão Calixto afirmou na tribuna do comício de Almada que «valeu a pena cada acção e cada luta nas escolas e locais de trabalho», decisivas para conquistas como os manuais escolares gratuitos, a redução do valor das propinas e a diminuição da taxa de IVA sobre espectáculos culturais. Pôr fim aos exames nacionais, às propinas e à precariedade são desafios para o futuro imediato.
Ouvir, conhecer e propor
O dia começou na Sociedade Filarmónica Humanitária de Palmela, onde funciona o Conservatório Regional, no qual estudam mais de 2000 alunos, grande parte em regime de Ensino Articulado. Aí, Jerónimo de Sousa e os candidatos da CDU assistiram a aulas e ensaios e testemunharam a excelência e o brio dos que, muitas vezes com grandes dificuldades, ensinam música a milhares de crianças e jovens. Em declarações aos jornalistas, o Secretário-geral do PCP lembrou que foi graças à CDU que baixou o IVA sobre os instrumentos musicais e insistiu caber ao Estado o papel determinante na promoção do ensino artístico.
Daí, Jerónimo de Sousa e restante comitiva rumaram ao bairro do Vale da Amoreira, na Moita, onde almoçaram com imigrantes e activistas de associações de angolanos, cabo-verdianos, guineenses e moldavos e da Frente Anti-Racista. Depois da candidata Margarida Teixeira (independente, imigrante e activista da Associação dos Angolanos Residentes a Sul do Tejo), falou Jerónimo de Sousa, que lembrou a aprovação pela Assembleia da República de um projecto do PCP que facilitou a regularização de imigrantes. A simplificação e desburocratização dos processos de regularização, medidas mais eficazes no combate aos «traficantes de mão-de-obra imigrante, patrões sem escrúpulos e redes de tráfico de pessoas» e a ratificação da Convenção Internacional da ONU, facilitando o direito ao reagrupamento familiar, são propostas da CDU.