«Sondagens» – ficção e realidade

Carlos Gonçalves

Ainda há sondagens rigorosas e isentas, mas são cada vez menos, e são ainda mais raras as notícias objectivas desta matéria nos media dominantes.

Uma verdadeira sondagem comporta uma limitação insuperável - apenas permite a previsão aproximada de uma tendência, num determinado momento e no intervalo de valores da margem de erro. E isto se forem utilizados o método aleatório, amostras bem estratificadas e dimensionadas - no plano geográfico, social, etário, de género e de voto anterior -, inquirição fiável e estimação complementar da abstenção e distribuição de não respondentes e indecisos conforme com a realidade.

É indispensável ter presente que hoje os interesses que comandam a ideologia e o sistema mediático instrumentalizam até as sondagens sérias, não esclarecem e escondem a informação nas letrinhas ilegíveis, destacam títulos «de encomenda», repetidos à exaustão, que visam «fazer a cabeça» dos mais frágeis e indecisos, para desta forma fabricar resultados eleitorais de sua conveniência.

Para 6 de Outubro, o grande capital definiu como objectivos: afastar o PCP e a CDU da influência que tornou possíveis os avanços destes anos para os trabalhadores e o povo, e apoiar um «PS de mãos livres», com maioria, para concretizar a velha política de direita, com ou sem PSD e CDS.

É esse o objectivo das «sondagens» fabricadas nos media dominantes, ocultar os números contraditórios, a abstenção previsível e a evolução de indecisos e não respondentes, para alavancar o PS e impor que a «CDU desce».

Mas não há ficção que elimine a realidade - a CDU está a avançar, com os trabalhadores e o povo, para romper com a política de direita, para uma nova política, patriótica e de esquerda. Mais força à CDU!




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