A Festa da solidariedade internacionalista

Pedro Guerreiro (Membro do Secretariado)

A extraordinária realização político-cultural que é a Festa do Avante!, que amanhã se inicia, tem na sua assumida e inequívoca expressão de solidariedade internacionalista uma das suas mais importantes e ímpares dimensões.

Desenvolve-se por todo o mundo uma corajosa e tenaz resistência contra a ofensiva do imperialismo

Solidariedade internacionalista que tem particular tradução na valiosa presença de dezenas de delegações de partidos comunistas e de outras forças revolucionárias e progressistas, oriundas de diversificadas regiões do mundo, que, através da sua enriquecedora participação, nos trazem o testemunho das suas reflexões e experiências de luta.

O Espaço Internacional, os múltiplos debates, actos político-culturais e momentos de solidariedade, o Comício da Festa, são espaços de viva afirmação das lutas que os trabalhadores e os povos travam pelos seus direitos e soberania, pelo seu desenvolvimento económico e social, pela construção de uma sociedade liberta de todas as formas de exploração e opressão. Demonstrando que – e ao contrário do que a metódica e agressiva campanha ideológica e de manipulação mediática procura fazer crer – tem lugar e se desenvolve, por todo o mundo, uma corajosa e tenaz resistência e luta contra a ofensiva exploradora, opressora e agressiva do imperialismo.

Para além do contacto directo com o profundo carácter popular e cultural da Festa do Avante!, intimamente ligado a esta dimensão, a Festa é igualmente um privilegiado espaço onde as delegações internacionais convidadas podem conhecer o PCP, o seu programa e proposta política, o seu empenhado e generoso colectivo partidário, a sua organização e intervenção, enraizada nos trabalhadores e povo português e, sempre e sempre, em defesa dos seus interesses e, consequentemente, dos interesses de Portugal. Uma Festa que é também, e coerentemente, uma viva demonstração da firme solidariedade do PCP para com as lutas dos trabalhadores pelos seus direitos e aspirações; para com com os processos de emancipação social e nacional; para com todos aqueles que são vítimas da guerra, da agressão, da desestabilização, da chantagem, do saque ou do bloqueio do imperialismo.

A actual situação internacional coloca em evidência, de forma especialmente chocante e brutal, a natureza exploradora, opressora, agressiva e predadora do capitalismo e as suas cruéis e criminosas consequências. Uma situação em que, perante o aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, o acentuar de contradições entre as grandes potências imperialistas (os EUA, as grandes potências que integram a UE e o Japão) e o declínio relativo do seu domínio económico ao nível mundial, o imperialismo se precipita numa espiral reaccionária, autoritária, militarista e agressiva, procurando, por todas as formas, salvaguardar a sua hegemonia mundial – no entanto, como a realidade demonstra, o imperialismo não é omnipotente.

A Festa do Avante! constitui, assim, uma veemente demonstração de que existem forças no mundo que resistem e enfrentam a violenta e multifacetada investida do imperialismo, e que está ao alcance das forças da paz e do progresso social – convergindo numa ampla frente anti-imperialista – evitar a catástrofe para onde o imperialismo arrasta a Humanidade, abrindo caminho a uma viragem na situação internacional no sentido da paz, da soberania e do progresso social.

Os trabalhadores e os povos não estão condenados a submeter-se à exploração e à opressão. Consciente das grandes ameaças e exigências que a actual situação internacional comporta, confiante nas lutas que os trabalhadores e os povos travam por todo o mundo em prol dos seus direitos e anseios, o PCP continuará firme nos seus deveres patrióticos e internacionalistas.




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