Fazer crescer a CDU em Portalegre para garantir a defesa do Interior

CONFIANÇA «Todos os caminhos de reforço da CDU estão em aberto», afirmou Jerónimo de Sousa, no domingo, 18, em Alter-do-Chão, num grande almoço regional do norte-alentejano.

O distrito de Portalegre precisa de ter um deputado da CDU

Para o Secretário-geral do PCP, que falava para as 250 pessoas que encheram o pavilhão multiusos daquela vila para participar na apresentação pública da lista integral de candidatos da CDU, «não há vencedores antecipados nem deputados eleitos por antecipação».

Sabendo que é ao povo que cabe decidir e que é no seio deste que os activistas da coligação que junta comunistas, ecologistas e outros democratas independentes desenvolverão a sua acção de esclarecimento e mobilização até às eleições legislativas de Outubro, as palavras do líder reflectem a convicção e a confiança de quem está nesta batalha eleitoral com a plena «consciência do dever cumprido e do trabalho realizado» pela CDU no distrito de Portalegre e no País.

Confiança que foi, de resto, um traço muito presente ao longo do almoço, em particular no período das intervenções. O mote fora logo dado por Fernanda Bacalhau na apresentação dos elementos da mesa, quando, dando as boas vindas aos presentes e aludindo ao sucesso da iniciativa, viu ali mesmo um factor de «reforço do ânimo e das energias para continuar a trabalhar e para aumentar a intensidade da nossa acção, em defesa das populações e do nosso povo».

Jerónimo de Sousa viria a somar à determinação patente entre os activistas e apoiantes da CDU a qualidade e o trabalho dos candidatos que integram a lista. Candidatos, realçou, «cujo percurso de trabalho, nas autarquias, no movimento sindical, no movimento dos utentes dos serviços públicos, tem a marca da luta em defesa ambiente e por uma agricultura sustentável, em defesa da reposição e valorização da ferrovia, da requalificação da rede viária, pela melhoria e elevação das qualidade de vida das populações, em defesa e pela melhoria dos serviços públicos na saúde e na educação, pela promoção da cultura, em defesa dos trabalhadores e do povo do distrito».

Percurso e trabalho de gente que «não desiste, de gente que luta para os trabalhadores e para o povo», o que no entender do responsável máximo do PCP só «reforça a necessidade de Portalegre voltar a ter um deputado eleito pela CDU».

Fortalecer a CDU

Antes, a dirigente nacional do Partido Ecologista «Os Verdes» Manuela Cunha, que surge como primeiro nome na lista da CDU por Portalegre, expressara igualmente já a convicção de que «é possível fazer crescer a CDU, ser mais forte e ter maior representação na AR», sabendo que essa é condição «para garantir a defesa do Interior, avançar com a regionalização, fixar população, instalar actividades no distrito de Portalegre».

E sublinhando essa necessidade de eleger um deputado da CDU, lembrou que foram as forças que a integram – o PCP e o PEV – quem nestes quatro anos teve um papel determinante para que tivesse sido possível avançar com medidas de «recuperação de direitos e rendimentos».

Medidas cujo impacto no distrito de Portalegre foi «ainda maior do que no resto do País», enfatizou Manuela Cunha, que recordou que foram os deputados do PCP e do PEV que «puxaram» por todas elas (no caso do distrito, como o comboio, por exemplo) e que «levaram a voz de Portalegre à AR».

Dessa relevante intervenção nesta legislatura falou também Jerónimo de Sousa, para assinalar que «tudo o que é avanço, tudo o que é medida positiva a favor dos trabalhadores e do povo tem a marca do PCP e do PEV, dos partidos da CDU».

E se não houve mais medidas positivas foi porque a «CDU não tem ainda a força que é preciso para garantir a verdadeira mudança que o País precisa», anotou, deixando claro que o «voto seguro contra o risco de andar para trás é o voto na CDU». Isto porque, advertiu, há mesmo «riscos de andar para trás», com o voto no PSD e CDS, «riscos que o voto no PS também não descarta».

Os sinais nesse sentido «são muitos», alertou Jerónimo de Sousa, que exemplificou com as convergências entre PS, PSD e CDS que resultaram no «abrir da bolsa dos dinheiros públicos para a banca», «em novas borlas fiscais para o grande capital», no chumbo de propostas de leis laborais «mais favoráveis aos trabalhadores». Mas risco de recuo que existe também em áreas que significaram avanços que não estão consolidados», como a gratuitidade dos livros escolares. Para além de outros sinais de pendor negativo, como sejam as propostas que visam abrir portas a uma revisão constitucional e às leis eleitorais, ou impedir a regionalização.

Daí o apelo que deixou ao voto na CDU, dando-lhe mais força, na certeza de que é alargando a sua influência política e eleitoral que «ficará mais próxima» a «construção da alternativa e a concretização da política alernativa».


Soluções para o País

A ideia de que a CDU tem soluções para os problemas nacionais foi muito vincada por Jerónimo de Sousa. Soluções, especificou, dirigidas para a sustentabilidade demográfica e o pleno emprego, para a redução das desigualdades sociais e das assimetrias regionais. Trata-se, ainda, de dar resposta ao «problema do desenvolvimento das forças produtivas, para assegurar um Estado, com serviços públicos à altura das suas missões», para «garantir um elevado nível de investimento público que assegure a manutenção e desenvolvimento das infra-estruturas e equipamentos do Estado e um forte impulso à produção nacional», sumariou.

É, pois, a esta luz que devem ser entendidas as propostas que a CDU tem para a resolução dos problemas do País, algumas das quais com carácter urgente, como é a da «valorização salarial assumida como emergência nacional».

Destaque, ainda, para as propostas de aumento mínimo de 40 euros no decurso da próxima legislatura para as reformas e pensões, efectiva taxação do capital e redução dos impostos sobre os trabalhadores, creches gratuitas para todas as crianças no final da licença de parentalidade, adequado financiamento dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.


Gente de trabalho e de confiança


Apresentada por Fernanda Bacalhau, do Executivo da DOR Portalegre, a mesa que presidiu ao momento político do almoço, no qual intervieram
Jerónimo de Sousa e Manuela Cunha, era constituída por João Martins, responsável pela organização do PCP de Alter do Chão, Rogério Silva, do CC e responsável por Portalegre, Afonso Luz, da Comissão Executiva do PEV, João Dias Coelho, da Comissão Política do PCP.

Presentes estiveram também o mandatário da lista CDU pelo distrito, Diogo Júlio Serra, bem como os quatro primeiros nomes que a compôem: Manuela Cunha, animadora cultural; Manuel Coelho, presidente da Assembleia Municipal de Avis; Maria de Fátima Dias, vereadora em Nisa; Paulo Ivo Almeida, vereador em Campo Maior.




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