Vale mais prevenir que remediar

Manuel Rodrigues

Sobre a greve por tempo indeterminado no sector de mercadorias e as decisões do Governo em matéria de serviços mínimos e de requisição civil, o PCP tomou posições, alertando para o facto de esta greve, tendo em conta a argumentação em que se suporta e a instrumentalização de reais problemas e descontentamento dos motoristas em que se desenvolve, impulsionada por exercícios de protagonismo e por obscuros objectivos políticos e procurando atingir mais a população que o patronato, ser uma acção cujos promotores se dispõem para que seja instrumentalizada para a limitação do direito à greve.

A confirmar esta justa posição do PCP, logo veio a terreno o presidente da CIP, António Saraiva, dizer que sim, que é preciso alterar a lei de greve e o CDS-PP, apoiando a decisão do Governo de decretar a requisição civil, pela voz de Pedro Mota Soares, rematou certeiro: «já se pode falar em alterar a lei da greve?»

A resposta por parte do PCP, da CDU, das organizações sindicais dos trabalhadores que se batem pelo desenvolvimento da luta consequente, acompanhada pela negociação colectiva (ela própria uma importante conquista da sua luta) a resposta a esta questão é um categórico «Não!». Os trabalhadores sabem que a Lei da Greve é um precioso instrumento de luta que muito custou a conquistar.

E, porque estamos em plena batalha eleitoral, é preciso ter presente que o que vai estar em causa nas eleições de 6 de Outubro é exactamente avançar, consolidando conquistas (como é o caso da Lei da Greve) e conquistando novos direitos – e para isso é preciso dar mais força à CDU – ou então andar para trás, abrindo mão de conquistas e direitos se o voto fosse para aqueles que, no seu compromisso com o grande capital – PS, PSD ou CDS – tudo fazem para atacar os direitos laborais.

Depois de tantas confirmações, como esta que estamos a viver, ainda haverá lugar para dúvidas?...




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