Apelo à preservação da paz na América Latina e Caraíbas
FÓRUM Preservar a paz na Venezuela e em toda a América Latina e Caraíbas constitui uma prioridade para os partidos e organizações políticas e sociais integrantes do Fórum de S. Paulo, reunidos em Caracas.
Assistiram ao Fórum de S. Paulo 150 organizações de 70 países
Na declaração final da 25.ª reunião do Fórum de S. Paulo, realizada de 25 a 28 de Julho na capital venezuelana, apelou-se à promoção da solidariedade com a defesa da soberania e a autodeterminação do povo da Venezuela. O documento aprovado expressou o apoio ao diálogo entre o governo bolivariano e a oposição, por ser «uma expressão genuína da democracia e das liberdades» existentes no país e rejeitou as ameaças de intervenção militar, as sanções económicas e o cerco diplomático implementado pelos Estados Unidos contra a Venezuela.
A exigência do fim incondicional, total e definitivo do bloqueio económico, comercial e financeiro de Washington contra Cuba e a devolução, ao país caribenho, do território ocupado ilegalmente pela base naval de Guantánamo marcaram também a declaração do Fórum de S. Paulo.
Além disso, os partidos, organizações políticas e movimentos sociais reunidos em Caracas advogaram o reforço da defesa da proclamação da América Latina e Caraíbas como zona de paz, aprovada na II Cimeira da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Havana. Consideraram urgente e vital defender essa organização como «o maior acontecimento unitário dos últimos 200 anos e semear a ideia da integração nos nossos povos».
De igual modo, apelaram a repudiar a perigosa presença militar dos EUA e seus aliados da NATO nas Caraíbas, com fins claramente agressivos e de pressão sobre os países da zona.
Pela paz, soberania e prosperidade dos povos
O Fórum de S. Paulo denunciou a ingerência da Organização dos Estados Americanos e condenou a guerra não convencional imposta pela Casa Branca contra os governos contrários às suas ordens e interesses.
Nesse sentido, repudiou a intervenção de Washington nos assuntos internos da Nicarágua mediante sanções económicas e «uma inaceitável tentativa de golpe de Estado, derrotada pelo povo nicaraguense, cujo direito à paz deve ser defendido por todos».
Condenou também o assassinato sistemático de activistas e líderes sociais na Colômbia, e ex-guerrilheiros, e exigiu ao governo do presidente Iván Duque o cumprimento dos acordos de paz assinados com as extintas Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia-Exército da Colômbia e o reinício do diálogo com o Exército de Libertação Nacional.
Exortou ao fortalecimento do movimento de solidariedade para exigir a liberdade imediata do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, «vítima de um abusivo, ilegal e indigno exercício do poder judicial contra ele».
De igual modo, o Fórum de S. Paulo confirmou o apoio ao povo hondurenho na sua luta em defesa dos seus direitos, contra as políticas neoliberais e a corrupção, ao mesmo tempo que rejeitou a criminalização dos migrantes pela parte dos Estados Unidos e apoiou a reclamação da independência para Porto Rico.
Participaram na 25.ª reunião anual do Fórum de S. Paulo, sob o lema «Pela Paz, Soberania e Prosperidade dos Povos», representantes de mais de 150 organizações de 70 países. Na sessão do último dia estiveram presentes os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel.
Foi, entretanto, anunciado que se realizará em Havana, de 1 a 3 de Novembro próximo, um Encontro de Solidariedade Anti-imperialista pela Democracia e contra o Neoliberalismo, para o qual foram convidados os participantes do Fórum de S. Paulo.
O anúncio foi feito por Víctor Gaute, membro do Secretariado do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, no decorrer do Fórum de S. Paulo, no seminário sobre Experiências e Perspectivas dos Governos Progressistas da América Latina e Caraíbas.
O PCP fez-se representar por Agostinho Lopes, do Comité Central, e Cristina Cardoso, da Secção Internacional. Esteve ainda presente Sandra Pereira, deputada do PCP no Parlamento Europeu e membro da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (EUROLAT), integrando a delegação do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/ Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL).