Dispensa ao público de medicamentos nos hospitais do SNS
O Parlamento não confirmou o decreto antes por si aprovado sobre a manutenção de farmácias de dispensa de medicamentos ao público nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, depois de este ter sido vetado em Maio pelo Presidente da República.
As bancadas do PS, PCP e PEV deram em recente votação o seu apoio à confirmação do diploma, mas isso não foi suficiente para garantir a exigível maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções. CDS e BE votaram contra e o PSD absteve-se. Prevaleceu assim o veto presidencial e não chega a entrar em vigor a lei inicialmente aprovada, a partir de um processo legislativo que teve por base a iniciativa de um grupo de cidadãos.
O PCP, que sempre discordou do regime legal que em 2009 autorizou a abertura e funcionamento de farmácias de dispensa de medicamentos ao público nos hospitais do SNS, por entender que nestas unidades «não devem ser acolhidas estruturas privadas ligadas à prestação de cuidados de saúde», sem abdicar deste princípio, não deixou porém de ter em conta a necessidade de «salvaguardar os postos de trabalho e o acesso aos medicamentos por parte dos doentes». Foi isso, aliás, que o levou a apresentar uma proposta que admitia, com carácter de excepcionalidade, a continuação das farmácias hospitalares existentes à data de 1 de Março de 2019, como esclareceu no debate a deputada comunista Carla Cruz, que fez questão ainda de salientar que mesmo com as dúvidas levantadas no veto presidencial, o PCP, pela sua parte, considera que o «diploma não devia ser vetado».