No Algarve, as lutas na Hotelaria convergem em greve a 1 de Agosto

O Sindicato da Hotelaria do Algarve convocou para 1 de Agosto uma greve regional para todo o sector da hotelaria, restauração e similares, que culminará com uma concentração em Faro. A decisão foi assumida pela direcção do sindicato na reunião realizada no dia 13. Na base da convocação da paralisação está a recusa do patronato do sector em concretizar «aumentos salariais que reponham o poder de compra perdido nos últimos anos e que promovam uma melhor distribuição da riqueza criada pelos trabalhadores».

Para o sindicato, não é aceitável que os trabalhadores «sejam os únicos a não beneficiar dos excelentes resultados do turismo» e que os patrões continuem a pretender diminuir e retirar direitos consagrados, não respeitando sequer o que se encontra hoje estipulado na contratação colectiva.

Às exigências dirigidas às associações patronais, o sindicato acrescenta outras, de carácter político geral, consagradas numa resolução aprovada pela direcção do sindicato: aumentos salariais que garantam uma mais justa repartição da riqueza; pagamento justo dos feriados, folgas, horas extras e outras prestações; horários regulados; redução do tempo e da sobrecarga de trabalho; emprego estável e com direitos; valorização das profissões e progressão nas carreiras; defesa dos direitos sindicais; revogação das normas gravosas do Código do Trabalho e contra a proposta de lei do PS que as agrava; defesa da contratação colectiva.

Entretanto, em diversas empresas do sector na região estão em curso lutas pelas mesmas reivindicações. No Hotel Faro, os trabalhadores cumpriram um dia de greve a 19 de Junho «em protesto contra os baixos salários, o pagamento irregular de feriados, folgas e horas extra e a sobrecarga de trabalho», como se lê numa nota do Sindicato da Hotelaria do Algarve.

No dia 28, será a vez dos trabalhadores do Golfe da Quinta do Lago paralisarem exigindo o fim da repressão e a retirada dos processos disciplinares instaurados àqueles que, a 10 de Maio, se recusaram a trabalhar por quererem ser recebidos pelos Recursos Humanos, solicitação feita meses antes. Reclamam, ainda, a regularização dos horários, o aumento dos salários e a reposição do pagamento dos feriados e folgas trabalhadas com acréscimo de 200 por cento e de horas extra com acréscimo de 100 por cento.

A 29 será a vez dos trabalhadores do Clube Praia da Oura e Oura Praia Hotel (ambos do grupo MGM Hotels & Resorts) estarem em greve, decidida no dia 15 em plenário. Exigem aumentos salariais justos desde 1 de Janeiro e a aceitação, por parte da administração, de propostas que «teriam permitido resolver ou, pelo menos, minorar os principais problemas sentidos pelos trabalhadores, nomeadamente a perda de poder de compra, a redução do quadro de pessoal e a falta de materiais e produtos.



Mais artigos de: Trabalhadores

CGTP-IN em conferência da OIT

A CGTP-IN participou, no dia 18, em Genebra, numa conferência inserida nas comemorações do centenário da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Entre os participantes encontravam-se a presidente da Assembleia-geral da ONU, dignitários de vários países e membros de estruturas sindicais....

Resistir aos despedimentos na Randstad

Os trabalhadores contratados pela Randstad que prestam serviço nos centros de contacto da EDP voltaram a paralisar na segunda-feira, 24, após terem estado em greve dias antes, a 18. Tal como sucedeu na semana passada, os trabalhadores concentraram-se junto à sede daquela empresa de trabalho...