Resistir aos despedimentos na Randstad
Os trabalhadores contratados pela Randstad que prestam serviço nos centros de contacto da EDP voltaram a paralisar na segunda-feira, 24, após terem estado em greve dias antes, a 18. Tal como sucedeu na semana passada, os trabalhadores concentraram-se junto à sede daquela empresa de trabalho temporário, em Lisboa, e receberam a solidariedade do PCP, pela voz dos deputados Ana Mesquita e Duarte Alves.
Na base destas greves está a incerteza dos trabalhadores que integram o projecto EDP HC Espanha, que não sabem o que acontecerá aos seus postos de trabalho a partir do mês de Julho. Em causa estará o despedimento de 38 trabalhadores que prestam serviço para a filial da EDP em Espanha, o chamado projecto EDP HC, que deverá encerrar na capital e abrir em Elvas.
Como realça o PCP no requerimento apresentado pelo seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República, a «Randstad terá obtido benefícios públicos (…) para a instalação da empresa em Elvas» e agora, «usados e abusados os meios e fundos públicos com o chapéu da criação de emprego e de combate à precariedade, procura transferir estes postos de trabalho para fora de Lisboa, estando em vista um despedimento colectivo – mais ou menos encapotado – de 38 trabalhadores». A abertura da unidade em Elvas e a criação, aí, de dezenas de postos de trabalho não passava, apenas, de uma «deslocalização de serviços, com a contratação de novos trabalhadores por despedimento de outros».
Com os trabalhadores do projecto EDP HC estiveram, nas greves e concentrações, colegas de outros centros de contacto, em solidariedade. Também estes continuam a ver as suas vidas marcadas pelos vínculos precários que têm com a empresa, sem que nada o justifique.