É urgente no Arsenal do Alfeite concretizar admissões

PRODUÇÃO Estão a ser analisadas novas acções de luta para que o Governo concretize com urgência a admissão de pessoal, para garantir resposta ao contrato com a Marinha e o futuro do estaleiro público.

Está em causa o presente e o futuro de um estaleiro único no País

A Comissão de Trabalhadores do Arsenal do Alfeite manifestou, numa nota divulgada dia 24, «grande preocupação» face à demora na admissão de 42 trabalhadores, prevista num «processo iniciado em 2017 e que até hoje aguarda autorização do Ministério das Finanças».

Mas, alerta a CT, este número de admissões já não é suficiente.

Por um lado, é necessário garantir que o Arsenal do Alfeite, «como concessionário do serviço público da actividade de construção, manutenção e reparação dos navios, sistemas de armamento e de equipamentos militares», tem condições para «honrar o contrato de serviço público com o Estado». A CT lembra, a propósito, que a Marinha «está obrigada a contratar esses serviços ao nosso estaleiro».

Além disso, considerando a «elevada faixa etária dos trabalhadores», a CT sublinha que «é urgente assegurar a passagem do know-how». Esta transmissão de saber-fazer é «essencial» numa estrutura como o Arsenal do Alfeite, «que é único no País, não existindo trabalhadores nem escolas que detenham os conhecimentos dos trabalhadores deste estaleiro com 80 anos de experiência».

O percurso dos últimos anos, contudo, tem sido em sentido inverso. A CT assinala que «a evolução tem sido sempre a descer, desde a transformação do Arsenal do Alfeite em sociedade anónima, em 1 de Setembro de 2009, ano em que saiu metade dos trabalhadores».

«Numa década perdemos 219 trabalhadores», mas para este ano está prevista «a saída de mais um número muito significativo de trabalhadores para a aposentação».

A CT assegura que «os trabalhadores do Arsenal do Alfeite não vão ficar de braços cruzados e brevemente irão levar a efeito diversas formas de luta».

Em Abril, por iniciativa conjunta da CT e do Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa, teve lugar uma concentração, a 9 de Abril, frente ao Ministério das Finanças, para reforçar a exigência de que, urgentemente, este desse o seu deferimento para a admissão de 42 trabalhadores, pendente desde 2017, e para a promoção de 35, há um ano à espera.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Unidade e determinação nos centros de contacto

Com uma adesão entre os 60 e os 70 por cento e concentração frente às instalações da NOS na Campanhã, a paralisação dos trabalhadores dos centros de contacto ao serviço daquela operadora de comunicações e da MEO, realizada no passado dia 23, foi considerada pelo Sinttav um êxito. Não apenas pela participação mas porque...

Vitória de Cristina Tavares e concerto solidário

Pela segunda vez desde 2017, a corticeira Fernando Couto foi condenada por «assédio moral» à operária Cristina Tavares. De acordo com a sentença proferida pelo tribunal da Feira, segunda-feira, a empresa terá de pagar a coima de mais de 31 mil euros por contra-ordenação muito grave que lhe havia sido aplicada pela...

Doenças profissionais afectam mulheres

As doenças profissionais «permanecem “invisíveis” aos olhos da generalidade da sociedade, sendo as mulheres trabalhadoras as mais afectadas, em especial, por lesões músculo-esqueléticas», destacou a Comissão da CGTP-IN para a Igualdade entre Mulheres e Homens (CIMH), num comunicado de imprensa de dia 28, em que assinalou...

Despedimento no Novo Banco

Com a «externalização» do serviço de atendimento telefónico de clientes, o Grupo Novo Banco está a fazer mais um despedimento colectivo de forma encapotada e permitida pela actual lei laboral, acusou na semana passada o Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira (Sintaf/CGTP-IN)....