Estatuto da condição policial
O projecto de lei do PCP destinado a criar o estatuto da condição policial foi chumbado no Parlamento, por PS e PSD, com os votos a favor das restantes bancadas. Esta votação em plenário de todos os artigos do diploma ocorreu recentemente a pedido da bancada comunista depois de os mesmos terem sido chumbados em comissão no dia 24 de Abril. A avocação a plenário da votação foi justificada pelo deputado comunista com a necessidade de proceder a uma clarificação face ao processo de apreciação em debate da especialidade que classificou de «escandaloso».
Referia-se concretamente ao comportamento do PSD (e também do CDS numa parte importante dos artigos) que, depois de ter viabilizado a iniciativa legislativa na generalidade, em apreciação na especialidade votou contra ou absteve-se, acabando por rejeitar todo o diploma.
«Torna-se incompreensível que na fase final do processo PSD e CDS, na parte em que votaram contra, tenham dado ao PS os votos que o PS sozinho não tinha para chumbar todos os artigos desta iniciativa legislativa», afirmou Jorge Machado, sublinhando que dessa maneira aquelas partidos «frustram as expectativas criadas aos profissionais das forças e serviços de segurança».
Para o parlamentar comunista, comprovado fica assim que, uma vez mais, «todas as palavras de elogio, de valorização do trabalho» daqueles profissionais por parte de PS, PSD e CDS «não passam de conversa de circunstância e ocas de qualquer conteúdo».
A criação do estatuto policial da condição policial, com os direitos inerentes e suas obrigações, constitui na óptica do PCP uma base importante de progresso e conquista de direitos para todos os profissionais que contribuem para os níveis de segurança de que o País dispõe.
As normas propostas pelo PCP sobre direitos e deveres dos profissionais das forças e serviços de segurança destinavam-se a abranger a Polícia Judiciária, Polícia de Segurança Pública, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Marítima, Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica, Guarda Nacional Republicana e Corpo da Guarda Prisional.
Entre as matérias versadas estavam, por exemplo, os horários de trabalho, o apoio judiciário, subsídios de risco ou alojamento, sempre que colocados a mais de 50 quilómetros da residência.