Lutas por melhores salários fazem um 1.º de Maio maior

UNIDADE Momento de convergência de reivindicações e lutas de empresas e sectores, o 1.º de Maio dará mais força para prosseguir o combate por cada uma delas e também pelas aspirações comuns.

Esta será uma imensa demonstração de força, vontade e luta

No «manifesto» da CGTP-IN a mobilizar para as comemorações do 1.º de Maio, a luta reivindicativa é reafirmada como «o meio mais eficaz para defender e conquistar direitos, para fazer justiça na repartição de riqueza e construir um Portugal de progresso, desenvolvido e solidário».

«Avançar nos direitos, valorizar os trabalhadores» é o lema escolhido para as comemorações deste ano do Dia Mundial dos Trabalhadores, que a Intersindical Nacional celebra organizando iniciativas culturais, desportivas e de convívio e, sobretudo, manifestações, desfiles e concentrações em Lisboa, no Porto e na generalidade das capitais de distrito e nas regiões autónomas, em várias outras localidades (em algumas das quais cumprindo uma tradição de luta com dezenas de anos).

Este 1.º de Maio, apela a confederação, deverá tornar-se «uma imensa demonstração de força, vontade e luta, por avanços nos direitos, pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, por um Portugal com futuro».

Como reivindicações centrais, a CGTP-IN persiste na exigência de:

– aumento geral dos salários de todos os trabalhadores, dos sectores público e privado, e a fixação de pelo menos 650 euros como referência salarial mínima em todas as empresas e serviços;

– emprego seguro e com direitos e erradicação dos vínculos de trabalho precários;

– 35 horas de trabalho semanal para todos os trabalhadores, contra a desregulação dos horários, as adaptabilidades e os «bancos» de horas;

– melhoria do pagamento do trabalho em dias feriados, aos fins-de-semana, em período nocturno, por turnos e extraordinário, contra a generalização da laboração contínua e por turnos;

– direito à negociação e contratação colectivas, como a Constituição consagra, e revogação da caducidade e outras normas gravosas da legislação laboral;

– aumento geral das as pensões de reforma e de todas as prestações sociais;

– facilitação do acesso e melhoria dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.

Depois de lembrar «os avanços registados com o contributo da luta dos trabalhadores, da CGTP-IN e das suas organizações de classe», no documento, em distribuição a nível nacional, assinala-se que, «em resultado da insistência do Governo do PS em optar pela política laboral da direita, os trabalhadores continuam com graves problemas por resolver».

Intensificar a luta é o caminho apontado pela Inter para a resolução destes problemas, por «uma política de esquerda e soberana» e «para melhorar as condições de trabalho e de vida».

Esta é a decisão já tomada por milhares de trabalhadores, como vimos noticiando e nestas páginas se ilustra.

Como as estruturas do movimento sindical unitário realçam, as lutas laborais em curso confluem e dão força às comemorações do 1.º de Maio, mas também é sabido que uma forte participação nas iniciativas da CGTP-IN terá impacto muito positivo nas lutas que depois vão ter de continuar.

 



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