Grandiosa manifestação de professores afirmou confiança num desfecho justo

RECUPERAÇÃO Muitos milhares de professores e educadores manifestaram-se no sábado, dia 23, na Avenida da Liberdade, em direcção ao Terreiro do Paço, onde uma multidão aplaudiu as novas lutas decididas.

A luta deu resultados e vai prosseguir até eliminar a injustiça

«Somos muitas dezenas de milhares a estar de parabéns por termos feito parte de tão grandiosa manifestação de disponibilidade e crença na força da nossa razão», comentou anteontem a Fenprof. «Foi com muita luta que os professores obtiveram resultados no passado» e «será assim de novo», destacou o Secretariado Nacional da federação, recordando que «a próxima etapa cumpre-se em 16 de Abril, na Assembleia da República».

Foi também com confiança que Jerónimo de Sousa comentou a presença solidária de uma delegação do PCP na Avenida da Liberdade, saudando os professores de todo o País e de diferentes estruturas sindicais, durante o desfile quase sempre compacto que, durante mais de uma hora, exibiu faixas, cartazes, bandeiras e palavras de ordem como «Não basta prometer, é preciso resolver», «Professores unidos jamais serão vencidos» ou «Parlamento, escuta, os professores estão em luta».

A contagem integral do tempo de trabalho prestado nos períodos em que a progressão na carreira esteve congelada, num total de 9 anos, 4 meses e 2 dias, destacou-se entre os motivos da mobilização.

O Secretário-geral do Partido – acompanhado por Jorge Pires, membro da Comissão Política, João Ferreira, do Comité Central, deputado no Parlamento Europeu e primeiro candidato na lista da CDU para as eleições de 26 de Maio, Ana Mesquita, deputada na AR, e Sandra Pereira, segunda candidata na lista da CDU para a eleição do Parlamento Europeu – reafirmou, numa breve declaração, que «os professores têm razão» e «não é admissível que um terço da sua carreira profissional seja apagado».

Recordou que, «no quadro dos compromissos que temos com os professores», o PCP «apresentou alterações ao decreto-lei que vai estar em apreciação em Abril, na certeza de que, à razão dos professores, tem de se acrescentar um resultado concreto» e concluiu que, «com a nossa contribuição, a nossa intervenção, a nossa proposta, e com a sua luta, os professores hão-de conseguir vencer».

A importância da luta dos professores e de outros trabalhadores da Administração Pública, pela contagem de todo o tempo de serviço, e a confiança em que o resultado justo será alcançado, foram igualmente salientadas num breve depoimento de João Ferreira.

A disponibilidade para a luta e as formas concretas que ela assumirá ficaram inscritas numa resolução, proposta pelas dez organizações sindicais que promoveram esta jornada e aprovada no Terreiro do Paço. O «apagão» de mais de 6,5 anos de serviço, repetido pelo Governo no Decreto-Lei N.º 36/2019, publicado a 15 de Março, é repudiado no documento, e a expectativa da sua correcção é colocada no resultado da apreciação parlamentar, agendada para 16 de Abril.

Reiterando as propostas sobre o faseamento da recuperação e a possibilidade de, por opção de cada docente, os seus efeitos, além da evolução na carreira, se reflectirem na aposentação, os professores e as suas estruturas reclamam também medidas para travar o envelhecimento da profissão, travar a precariedade laboral e regularizar os horários.

Das próximas acções para garantir as reivindicações, a primeira vai ser «acompanhar» na AR a apreciação parlamentar, dia 16. Se daí não resultar o fim do «apagão» do tempo de serviço, será marcada greve às avaliações, a partir de 6 de Junho. Uma manifestação nacional será convocada para 5 de Outubro, Dia Mundial do Professor, na véspera das eleições para a Assembleia da República.

 



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