Desfile da Fiequimetal em Lisboa garantiu mais luta nas indústrias

REIVINDICAÇÃO A mensagem gritada nas ruas na tarde de dia 22 foi deixada na Randstad, na INCM, na sede da associação patronal de fabricantes de material eléctrico e no Ministério do Trabalho.

É exigido um aumento salarial mínimo de 50 euros em 2019

Por aumentos salariais e em defesa da contratação colectiva, cuja negociação está bloqueada por várias associações patronais, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN) realizou na passada sexta-feira um desfile de âmbito nacional, em Lisboa.

No protesto participaram mais de cinco centenas de trabalhadores, muitos deles dirigentes e delegados sindicais, vindos de praticamente todos os distritos e representando o pessoal de grandes empresas, como a Petrogal, onde se mantém a greve nas refinarias de Sines e do Porto.

A concentração inicial teve lugar a partir das 14 horas, frente à sede da Randstad. Nesta multinacional de trabalho temporário, o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas convocou greve. Os trabalhadores que garantem o serviço de atendimento telefónico da EDP reafirmaram a exigência de melhores salários e direitos, bem como de integração nos quadros da empresa para que efectivamente trabalham.

João Ferreira, deputado do PCP no Parlamento Europeu e primeiro candidato na lista da CDU às próximas eleições para este órgão, saudou os participantes na jornada que se estava a iniciar.

O desfile teve a primeira paragem junto à Imprensa Nacional Casa da Moeda, onde se concentravam os trabalhadores que em plenário, analisaram o prosseguimento da luta por aumentos salariais.

Frente à sede da associação patronal ANIMEE, os protestos tornaram-se especialmente ruidosos. Foi ali entregue uma carta reivindicativa dos trabalhadores da fabricação de material eléctrico e electrónico.

Junto do Ministério do Trabalho, depois de intervenções de vários dirigentes sindicais, incluindo o Secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, e também de uma breve saudação de Rita Rato, deputada do PCP, foi aprovada uma resolução, dirigida ao Governo e entregue pouco depois.

Perante o aumento «colossal» dos lucros, das exportações e da produtividade, a contrastar com a perda de poder de compra dos trabalhadores, exige-se a intervenção do Ministério do Trabalho na promoção da negociação e contratação colectivas. Afirma-se ainda a determinação de «intensificar o esclarecimento, acção e luta reivindicativa», nomeadamente por aumentos salariais, no mínimo de 50 euros, bem como por ritmos e horários de trabalho humanizados, pelo fim dos vínculos precários e pela redução do horário de trabalho para 35 horas semanais.

 



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