Greve muito forte do pessoal não docente

O grande descontentamento dos trabalhadores não docentes e a sua firmeza na luta ficaram evidentes na greve de dias 21 e 22, convocada pela federação e os sindicatos da CGTP-IN no sector das funções públicas e sociais.

Persistindo na exigência de aumentos salariais em 2019, os trabalhadores fizeram greve também para dar força às exigências de recrutamento de efectivos necessários e fim do recurso sistemático à precariedade para responder a necessidades permanentes das escolas da rede pública.

Reivindicaram ainda a reposição das carreiras profissionais especiais dos trabalhadores não docentes, bem como a sua valorização funcional e salarial. Na exigida carreira específica, deverá ser considerada uma «bolsa de substituição», para colmatar ausências prolongadas.

«Temos milhares de escolas encerradas e, em relação a ontem, nota-se um crescendo», disse na sexta-feira, dia 22, à agência Lusa um dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS). Artur Sequeira especificou que no segundo dia fizeram greve mais assistentes operacionais (auxiliares) e assistentes técnicos (administrativos).

Ilustrando as manobras desencadeadas para diminuir a visibilidade da luta, admitiu que «temos casos, como em Castro Verde, em que 50 por cento dos trabalhadores fizeram greve, mas a escola abriu na mesma, e andaram a vender as sandes de pequeno-almoço na papelaria».

A União dos Sindicatos de Santarém, por seu turno, informou que, só no dia 22 e naquele distrito, encerraram 50 escolas.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro, foram mais de 200 os estabelecimentos de ensino básico e secundário encerrados devido à greve, nos cinco distritos do âmbito sindical; dos que abriram, centenas funcionaram em condições muito precárias.

O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte admitiu, ao início da tarde de quinta-feira, que neste primeiro dia de greve teriam ficado sem aulas cerca de 50 mil alunos, de 40 agrupamentos de escolas encerrados nos cinco distritos que abrange. As declarações foram prestadas à Lusa pelo coordenador do sindicato, durante uma concentração que reuniu uma centena de trabalhadores frente à direcção-geral dos Estabelecimentos Escolares, no Porto.

 



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