Passe único no Porto é avanço assinalável
MOBILIDADE Jerónimo de Sousa valorizou anteontem no Porto a entrada em vigor do Passe Social Único em quase toda aquela área metropolitana e exigiu a extensão da medida ao resto do País.
O secretário-geral do PCP viajou na linha de metro entre a estação de João de Deus, em Vila Nova de Gaia, e São Bento, no centro da «invicta», onde prosseguiu o contacto com utentes que a partir do próximo dia 1 de Abril beneficiam de uma significativa redução tarifária – 40 euros para todas as zonas e 30 euros para três zonas – e de um título válido para todos os operadores. Estes são, aliás, aspectos enfatizados no folheto que militantes e eleitos autárquicos comunistas distribuíram durante a acção.
Em declarações à comunicação social, Jerónimo de Sousa salientou justamente o facto de a criação do Passe Social Único ser uma batalha travada pelos comunistas ao longo de 20 anos. Criticou, por outro lado, «aqueles que apontam como eleitoralista uma medida de grande alcance social» e que representa a «possibilidade real de melhorar as condições de vida do povo».
«A redução dos tarifários terá consequências directas na vida de muitas famílias, particularmente de trabalhadores que, com esta redução, conseguem a poupança de centenas de euros ao longo do ano. Faltam algumas freguesias e alguns concelhos. É importante continuar este percurso e o alargamento a toda a AMP», insistiu o dirigente comunista, citado pela Lusa.
Apesar do avanço na mobilidade verificada nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, o Secretário-geral do Partido reafirmou que os comunistas não estão satisfeitos. Nesse sentido, defendeu a extensão da medida ao resto do País.
Contributo decisivo
Num comunicado divulgado a 20 de Março, a Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP manifestou orgulho no Partido por ter dado um «contributo decisivo» na «implementação de condições para a implementação do Passe Único».
«A aplicação do Programa de Apoio à Redução Tarifária terá importância muito significativa na redução dos passes sociais e na promoção da utilização do transporte público», já que muitas famílias terão reduções de custos de dezenas de euros mensais, outras deixarão o transporte pessoal porque, pela primeira vez, têm um verdadeiro incentivo à utilização do transporte público», sublinha-se.
Quanto à justificação do Conselho Metropolitano do Porto para que o título social não abrange toda a área metropolitana portuense, a DORP lembra que há cinco meses alertou a entidade para a «necessidade de acautelar aspectos de concepção e aplicação do Passe Único» e reclama que se tomem as medidas necessárias para o seu alargamento, designadamente o reforço do número de trabalhadores, a criação de mais espaços para a emissão dos Passes e o alargamento do horário de funcionamento das lojas Andante.