Eliminação de portagens inviabilizada pelo PS

As propostas do PCP para eliminar as portagens na A23, A24, A25 e na A22 (Via do Infante) foram inviabilizadas sexta-feira, 8, no Parlamento. Em debate nesse mesmo dia estiveram ainda diplomas do PEV e do BE, com os mesmos objectivos, igualmente travados pelo voto contra do PS e a abstenção de PSD e CDS. A mesma votação foi registada numa outra resolução da bancada comunista destinada a eliminar as portagens na A28, A41/42 e A29.

Para a bancada comunista é absolutamente claro que a introdução de portagens representou uma injustiça que a população sente no dia-a-dia, de Viana ao Algarve, passando por Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Viseu, Vila Real, Guarda ou Santarém.

Trata-se da imposição de um custo à população e ao tecido económico para «usar vias que são fundamentais e relativamente às quais não há alternativa viável», referiu o deputado comunista Jorge Machado.

Dados por si foram vários exemplos que atestam o peso brutal que, só as portagens, têm na economia mensal das famílias, na sua deslocação pendular diária para o trabalho: Póvoa do Varzim – Porto, 40 euros; Viana – Porto, 160 euros; Vila Real - Chaves, 150 euros; Lamego-Vila Real, 60 euros; Covilhã-Castelo Branco, 120 euros; Viseu-Guarda, 200 euros; Silves-Faro, 60 euros; Faro-Tavira, 90 euros; Torres Novas-Abrantes, 68 euros; Tomar-Coimbra, 200 euros.

É desta realidade que se está a falar, pois, quando se fala da eliminação das portagens, declarou Jorge Machado, que, abordando ainda do carácter ruinoso das PPP para o Estado e para as famílias, sublinhou, citando a Unidade Técnica de Apoio Orçamental da AR, que os «encargos brutos totais com a parceria público-privado (PPP) rodoviária da Via do Infante chegam aos 767 milhões de euros».

O deputado do PS Ricardo Bexiga, embora reconhecendo que há «impactos negativos para alguns», argumentou que não é «sustentável» implementar a eliminação de portagens, sem «alternativas» que financiem estas infra-estruturas.




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