A História não se repete, mas…

Ângelo Alves

Merkel e Macron preparam-se para assinar no próximo dia 22 de Janeiro um Acordo bilateral entre a França e a Alemanha. O Acordo é apresentado como uma «extensão» do Tratado do Eliseu de 1963 assinado por De Gaulle e Adenauer. Prevê «levar mais longe a amizade» então firmada e que a História já se encarregou de mostrar que objectivos tinha e tem. Segundo os despachos noticiosos o «novo Tratado» aprofundará a cooperação na política externa, de defesa, segurança externa e interna (leia-se serviços secretos) e prevê o desenvolvimento de uma área económica franco-alemã com regras comuns. Um dos desígnios é a eleição da Alemanha como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Simultaneamente, França e Alemanha trabalharão no «fortalecimento da capacidade» de uma «Europa mais soberana» que aja «de forma independente», comprometendo-se a articular todas as suas posições sobre a União Europeia. Uma das medidas «simbólicas» que poderá ser adoptada é a criação dos «distritos europeus», zonas transfronteiriças que partilharão serviços e infra-estruturas.

A cidade escolhida para a assinatura do Acordo, dar-lhe-á o nome – Aachen (Aix La Chapelle em Françês) a cidade alemã que nos Séculos VIII e IX foi a Sede do Império Carolíngio sob a direcção de Carlos Magno, o imperador que por conquistas militares e laços de dependência feudal e territórios vassalos expandiu o Reino Franco a quase toda a Europa. Para administrar o vasto império, Carlos Magno criou, entre outras medidas, um novo sistema monetário e dividiu o império em unidades administrativas (os condados) administradas pelos condes, cuja actuação era verificada pelos missi dominici, inspectores reais enviados do imperador para fiscalizar e avisar sobre o cumprimento das suas ordens, e sobre matérias como a cobrança dos impostos, aplicação das leis, etc.

A História não se repete… mas que há similitudes elucidativas, lá isso há!




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