Câmara dos Comuns vai votar dia 15 acordo de saída da União Europeia
A primeira-ministra britânica, Theresa May, fixou o dia 15 de Janeiro como a data para a Câmara dos Comuns decidir sobre o acordo relativo à saída do Reino Unido da União Europeia, estabelecido entre o governo de Londres e Bruxelas, a 25 de Novembro de 2018.
A chefe do governo anunciara já, antes das férias parlamentares do fim do ano, a sua intenção na terceira semana de Janeiro de submeter a votos o acordo que negociou. Antes, em meados de Dezembro, Theresa May vira-se obrigada a adiar a votação no parlamento com receio de ser derrotada, face à evidente falta de apoio às suas propostas, e anunciou que entretanto iria procurar obter novas garantias de Bruxelas sobre a fronteira na Irlanda.
Segundo analistas citados pela BBC, se o acordo for aprovado no dia 15, em Westminster, haverá depois de 29 de Março de 2019 um período de transição durante o qual o Reino Unido continuará dentro do Mercado Único. O final dessa situação transitória está previsto para 31 de Dezembro de 2020 mas poderia ser atrasado para 2022.
No entanto, se a saída do Reino Unido da União Europeia se fizer sem a aprovação do pacto entre Londres e Bruxelas, não haverá período de transição.
Na votação na Câmara dos Comuns, além dos votos desfavoráveis dos trabalhistas e de deputados de outras forças políticas, calcula-se que 90 eleitos conservadores votarão contra o acordo.
Mais de 200 deputados divulgaram, na segunda-feira, 7, uma carta em que pedem ao governo que descarte a saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo. Os deputados trabalhistas Caroline Spelman e Jack Dromey, que recolheram as assinaturas, reuniram-se com Theresa May.
A chefe do governo e líder dos conservadores advertiu, entretanto, que um chumbo da proposta de acordo na Câmara dos Comuns implica deixar o Reino Unido em «território inexplorado», à medida que se aproxima o 29 de Março, data da ruptura com a União Europeia, com pacto ou sem ele.