«Atira-te ao Rio»
Nem o Natal modera as críticas a Rui Rio, (auto nomeado) «Director Comercial» do PSD. Outros foram corridos antes dele, dada a natureza de classe da agremiação e o facto de os monopólios terem vários executantes para a política de direita – PSD, CDS e PS –, e regista-se a cabala quase perfeita.
Ao PS convém um PSD domado e agradecido, para apoiar sem cenas a política de direita que o Governo exerce em matérias estruturantes (apesar do actual quadro político tornar possíveis novos avanços), e interessa que Rio arda em «lume brando», para facilitar as eleições e o protagonismo do PS nessa mesma política.
Ao CDS convém um PSD enfraquecido que permita o seu desbragado branqueamento e o putativo avanço da extrema-direita, nisto convergem aliás todos os reaccionários e populistas.
No PSD, para além dos que andam a tratar de outros «chefes», ou de certos negócios, há a clique dos que querem voltar atrás à bruta, com Passos, Cavaco e o Diabo, e que atacam Rio para superar a profunda frustração com as conquistas dos trabalhadores e do povo, depois de ter corrido com eles do governo.
Que não haja ilusões, esta direcção do PSD, entre as embrulhadas que a consomem, faz o que pode pela política de direita – na subversão do regime democrático, da legislação eleitoral, da soberania nacional, da independência da Justiça, na privatização e destruição do SNS, na exploração e agravamento das leis laborais.
Rio, para não se afogar, esbraceja no populismo proto-fascista – «não eram precisos dez Salazares, cinco Sá Carneiros e resolvíamos isto»(!).
Não têm emenda, nem todos eles juntos, mais a sua política de direita. Quem resolverá os problemas nacionais são os trabalhadores e o povo, os democratas e patriotas, a sua luta e o seu Partido.