O PCP faz a diferença

ESCLARECIMENTO «O que se avançou foi porque o PS não tinha os votos para impor a política que sempre fez sozinho ou com o PSD e o CDS», reafirmou Jerónimo de Sousa este fim-de-semana.

Quantos mais votos a CDU tiver, mais o PCP pesará na vida política

Em dois dias de agenda cheia divididos por três iniciativas a antecederem a reunião do Comité Central (ver páginas 13 a 20), o Secretário-geral comunista acentuou a necessidade de os trabalhadores e o povo ganharem consciência do papel decisivo do seu Partido no travão colocado ao prosseguimento da política desastrosa que PSD e CDS vinham impondo, bem como na política de recuperação, defesa e conquista conseguida nestes últimos três anos, fruto da «intensa actividade do nosso Partido no plano institucional e no plano da organização e acção de massas».

Isso mesmo é atestado pelas dezenas de medidas que foi possível fazer constar nos orçamentos do Estado (sobretudo, mas não só) aprovados ao longo da legislatura. Assim, o dirigente comunista realçou, justamente, que «quando muitos julgavam perdidos para sempre direitos, pensões de reforma, salários e rendimentos, o PCP não desarmou, não deu por adquirido o caminho de empobrecimento que alguns apresentavam como inevitável», e que, mesmo encontrando-nos numa fase da vida nacional marcada por limites e insuficiências na resposta aos problemas do povo e do País, o facto é que «o que se tem conseguido vai ao arrepio da política dominante na União Europeia, em relação à qual o Governo minoritário do PS continua ligado nas suas opções e orientações fundamentais, tal como PSD e CDS».

«Sim, Portugal não tem ainda a política que precisa para pôr o País a avançar a sério e ultrapassar os problemas estruturais que se mantêm e nalguns casos se agravam à medida que se adia a verdadeira solução – a concretização de uma política patriótica e de esquerda», acrescentou Jerónimo de Sousa. Contudo, mesmo não alimentando «ilusões» e, pelo contrário, tendo plena consciência de que o PS preserva «o núcleo duro das políticas do passado de recuperação capitalista e de restauração monopolista que aplicaram à vez com o PSD e o CDS», o PCP não regateou esforços nem «desperdiçou nenhuma oportunidade para alcançar avanços e melhorar as condições de vida do povo».

Reforço para avançar

As mesmas tónicas dominaram a intervenção do Secretário-geral do PCP num almoço em Alpiarça, distrito de Santarém, no domingo, 9. Perante cerca de meio milhar de militantes comunistas e amigos da CDU – moldura humana que, sublinhou, contraria os vaticínios que dão o Partido como morto ou moribundo e demonstra que este não apenas se aguenta como cresce e avança –, insistiu que «o caminho que é preciso percorrer para dar resposta aos problemas nacionais não encontra estrada para ser percorrido na extensão que se exige por opção do PS».

«É preciso pôr o País a avançar a sério e isso exige outra política e outro governo», prosseguiu Jerónimo de Sousa, para quem tal reclama «outra condição: o reforço do PCP».

Nesse sentido, recordando que «as eleições legislativas de 2015 deram uma lição de grande significado que não pode ser esquecida agora e tem que ser sempre continuamente lembrada», designadamente que, como o PCP sempre afirmou, as eleições legislativas servem para eleger deputados e não um primeiro ministro, o dirigente comunista salientou que «o que conta, o que decide é o número de deputados que cada força política elege».

Com as eleições para a Assembleia da República já agendadas para 6 de Outubro de 2019, Jerónimo de Sousa convocou o colectivo a aquecer os motores da mobilização e do esclarecimento massivos dos trabalhadores e do povo, aos quais é preciso dizer e repetir que «quantos mais votos a CDU tiver, mais forte fica a defesa dos [seus] interesses, mais pesará na vida política o PCP».

«A questão decisiva que está colocada para avançar como é preciso e dar força a quem defende uma política alternativa, que rompa com as opções da política de direita», é «dar mais força ao PCP e à CDU», concluiu.

Bombeiros têm de ser reconhecidos

Nas iniciativas em que participou durante o fim-de-semana, Jerónimo de Sousa não deixou de abordar um dos temas que emergiu na agenda política: o conflito entre as corporações de bombeiros voluntários e o Governo, a propósito da configuração, enquadramento e meios da futura Autoridade Nacional de Emergências e Proteção Civil.

Reagindo, no sábado à tarde, em Vila Real, à notícia que dava conta de que as associações de bombeiros (então reunidas em Santarém)tinham decidido abandonar o sistema de Protecção Civil em protesto, o Secretário-geral do PCP lembrou que aquele não dispensa a presença dos bombeiros e reclamou o «reconhecimento do seu papel e lugar na coordenação para defender bens e pessoas».

Já no domingo, em Alpiarça, o dirigente do Partido acentuou que «sendo [os bombeiros] uma força indispensável na Protecção Civil», estes não podem ser «marginalizados como meros operacionais», e manifestou mesmo incompreensão para com a postura do Governo, uma vez que, «se existem diversas entidades que participam no sistema de Proteção Civil, os bombeiros, por maioria de razões, devem estar lá representados, designadamente as suas associações».




Mais artigos de: PCP

Manipular silenciando ou repetindo

Nesta coluna denunciamos, quase sempre, a forma como a acção e intervenção do PCP é ocultada do espaço mediático. Esta semana, partimos do inverso: da alteração ao Orçamento do Estado para 2019 mais escrutinada nos dias seguintes à sua aprovação, a inclusão de três novas vacinas no Programa Nacional de Vacinação (PNV)....