PCP quer travar linha «circular» do Metro de Lisboa
INVESTIMENTO O PCP está a apelar à luta contra a imposição, pela Câmara Municipal de Lisboa, da linha «circular» do Metropolitano, que representa um enorme gasto e não resolve qualquer problema.
O Metro não pode ser um mero «carrossel de turistas»
«Ainda há tempo para travar o desbaratar de recursos na linha “circular” do Metro», garante a Organização Regional de Lisboa do PCP num folheto que está a distribuir aos utentes. Os comunistas assumem ser «tempo de juntar todos aqueles que estão contra este projecto, e travá-lo».
Terminada que está a fase de discussão pública, «mais de 90% dos participantes expressaram-se contra o projecto», realça o PCP, acrescentando que se inclui aí a «esmagadora maioria dos técnicos do sector». Os comunistas acusam o PS de, com o apoio do BE, não ouvir as razões dos críticos daquele projecto, permanecendo «apostado em transformar o Metro num “carrossel de turistas”».
Ao concreto, com a linha «circular» pretende-se unir as linhas Amarela e Verde no Campo Grande e Cais do Sodré, com duas novas estações em Santos e Campo de Ourique, o que na opinião do PCP transformará a actual linha Amarela num «ramal Telheiras-Odivelas». Este projecto, que vai custar «largas centenas de milhões de euros» e provocar «transtornos gigantescos durante a fase de obra», implica a redução da oferta na Zona Norte de Lisboa, Odivelas e Loures, bem como o adiamento de outros investimentos – estes sim, úteis – como a expansão da rede a Alcântara e Loures.
Servir a especulação
Na opinião do PCP, a linha «circular» só beneficia «interesses obscuros», como os ligados à especulação imobiliária na zona das novas estações. Quanto à população da Área Metropolitana, é já hoje muito «prejudicada pela monocultura do turismo e reinado da especulação imobiliária». Tudo isto se agrava caso a linha «circular» venha mesmo a avançar.
A população de Telheiras, destaca o Partido, é prejudicada com o fim da sua ligação directa à linha Verde e as do Lumiar, Ameixoeira e Charneca com a perda da ligação à linha Amarela. Sem ligação directa à linha Amarela fica também a população de Odivelas, enquanto a de Loures continuará à espera de ver o Metro chegar ao seu concelho. As populações de Alcântara, Ajuda e Belém também vêm adiada ou mesmo comprometida a expansão da rede do Metropolitano para a zona ocidental da cidade e as de Oeiras e Cascais serão prejudicadas com os transtornos que a construção da linha «circular» vai provocar à linha ferroviária de Cascais. Além disso, acrescenta, também elas ficariam a ganhar com uma ligação de Alcântara à linha Vermelha do Metropolitano.
O Partido conclui que «todos somos prejudicados quando se desvia centenas de milhões de euros para esta opção, recursos que fazem falta para colocar o Metropolitano a funcionar melhor (contratando os trabalhadores que continuam em falta), e para construir as urgentes expansões a Loures e Alcântara».