Hoje é dia de greve na Sonae e na IP
LUTA Os trabalhadores da Modelo Continente Hipermercados (grupo Sonae) e da Infra-estruturas de Portugal estão hoje, 31 de Outubro, em greve por salários, carreiras e direitos.
Trabalhadores lutam por justas reivindicações
Na Modelo Continente Hipermercados estão marcadas, na parte da manhã, concentrações de trabalhadores na sede do grupo, na Maia, e nos recursos humanos, em Carnaxide.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), a luta visa exigir a negociação do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) para os trabalhadores da Sonae, com o aumento dos salários (no mínimo 40 euros para todos os trabalhadores), o fim da tabela B (com valores mais baixos e que vigora para todos os distritos à excepção de Lisboa, Porto e Setúbal) e a correcção da categoria profissional do operador de armazém, sem redução do valor pago por trabalho suplementar.
«Nos armazéns da Sonae temos categorias profissionais com enquadramento e progressão inferior e somos pior remunerados que os operadores das lojas e de outras logísticas da distribuição», refere o sindicato, dando conta que um operador de armazém, com oito anos de casa, ganha 580 euros, por força do Salário Mínimo Nacional (SMN). Um operador de loja da Sonae, com os mesmos anos de serviço, aufere 626 euros (tabela A) ou 586 euros (tabela B).
Porque os salários praticados por esta empresa «são uma vergonha», na sua «Folha Sindical» o CESPdefende, também, o aumento do subsídio de alimentação (mais um euro por dia para todos os trabalhadores), a passagem a efectivos dos trabalhadores com vínculo precário a ocupar postos de trabalho permanente e umsubsídio de frio.
Concretizar o ACT
Na Infra-estruturas de Portugal (IP) – depois de duas reuniões inconclusivas no Ministério da tutela, no dia 24 e 30 de Outubro – os trabalhadores reclamamque a administração da empresa e o Governo concretizem o acordo colectivo de trabalho (ACT) e cheguem a acordo sobre um regulamento de carreiras (RC).
No passado dia 25, as organizações de trabalhadores da IP realizaram uma acção, em forma de cordão-humano, que começou em frente ao Ministério do Planeamento e das Infra-estruturas e terminou na Presidência do Conselho de Ministros, onde foram entregues documentos a exigir a concretização do ACT em curso.
Na IP e nas suas participadas (IP-Telecom, IP-Engenharia e IP-Património), a Fectrans exige que, ao nível do acordo, sejam harmonizadas as relações de trabalho e que sejam também esbatidas as assimetrias existentes neste universo de 3690 trabalhadores.