Mais salário para quem trabalha é que combate as desigualdades

Acréscimos reais nas remunerações dos trabalhadores, desde logo pelo aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) para os 650 euros já em Janeiro de 2019, é o caminho mais sólido para promover uma mais justa distribuição da riqueza criada, insistiu o PCP, durante a discussão, em plenário, sexta-feira, 28, de um projecto de lei apresentado pelo BE que visava determinar «a transparência de vencimentos» e propunha «o estabelecimento de leques salariais de referência como mecanismo de combate à desigualdade».

Na discussão, pese embora o PCP tenha no final votado a favor da proposta (tal como o proponente e o PEV, ao passo que PSD, PS e CDS votaram contra, e o PAN e uma deputada do PS se abstiveram), a deputada Rita Rato foi ao cerne da questão e sublinhou que aquela proposta «denuncia o problema, mas não aponta solução efectiva». Fica por saber como será imposta a «redução de leques salariais» em diversos sectores e a multinacionais com sede no estrangeiro, questionou.

Num País em que os presidentes dos conselhos de administração das vinte mais importantes empresas cotadas em bolsa, auferiam, em 2017, em média, 46 vezes mais do que o custo médio que as suas empresas assumiam com os trabalhadores (em 2015 a diferença era de 33 vezes), resulta evidente que uma medida coerciva de duvidosa eficácia, como acima se disse, só por si nada resolve, explicou ainda a eleita comunista.

Nesse sentido, Rita Rato realçou que «para nós a questão central é garantir que a redução dos leques salariais resulte no aumento real dos salários de todos os trabalhadores, a começar pelos que auferem salários mais baixos, e não que a redução do leque salarial resulte numa ficção de que se reduz a remuneração dos gestores, mantendo intocável os salários dos trabalhadores, com a injustiça que isso comporta».

«Exactamente por isso, a prioridade do PCP é o aumento geral dos salários para todos os trabalhadores, da Administração Pública e no privado, sendo central o aumento do SMN para 650 euros já em Janeiro de 2019, concluiu.




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