Frente Comum marcou greve para descongelar salários
ORÇAMENTO Há tempo para evitar que 2019 seja o décimo ano consecutivo sem actualização salarial na Administração Pública, uma exigência justa a que a luta dos trabalhadores vai dar mais força.
A luta vai dar força às reivindicações dos trabalhadores
Uma greve nacional da Administração Pública, a 26 de Outubro, foi decidida na terça-feira, dia 25, num plenário com cerca de 400 dirigentes e activistas dos sindicatos da Frente Comum, realizado no Jardim das Francesinhas, nas proximidades de Palácio de São Bento.
«Não podemos aceitar que os trabalhadores da Administração Pública continuem com os salários congelados por mais um ano», salientou a coordenadora da Frente Comum de Sindicatos. Citada pela agência Lusa, no final do plenário, Ana Avoila explicou que os representantes sindicais decidiram avançar com esta forma de luta porque o Governo «parece não querer garantir aumentos salariais» em 2019, tal como não está assegurada a conclusão do descongelamento de carreiras. A data escolhida permite que o protesto dos trabalhadores se possa reflectir em alterações à proposta de Orçamento do Estado, que em Novembro será discutido na especialidade.
Ao anunciar o plenário, a Frente Comum recordou que do Governo é exigido: a valorização das carreiras e salários, nomeadamente através do aumento salarial anual; a revisão das carreiras, com respeito pelos conteúdos funcionais e dignificação dos trabalhadores; um processo efectivo e não faseado de descongelamento das progressões; o fim da precariedade na Administração Pública (solucionando os muitos casos de irregularidades e atropelos verificados no PREVPAP); as 35 horas semanais para todos; o direito a uma aposentação sem cortes no valor das pensões.
Também deve ser travado «o chamado processo de descentralização, “cozinhado” entre PS e PSD», matéria «não foi objecto de qualquer negociação com as estruturas sindicais» e que representa «a desresponsabilização do Estado face às suas funções sociais».
Passadas duas reuniões com o Governo, sem que este apresentasse ainda uma contraproposta às reivindicações, a Frente Comum insiste na exigência «um verdadeiro processo negocial, que vá de encontro às justas e legítimas expectativas dos trabalhadores».