Semana de professores em luta
Na próxima segunda-feira, 1 de Outubro, inicia-se uma greve de professores e educadores, que se prolonga até dia 4, quinta-feira. Na sexta-feira, Dia Mundial do Professor, realiza-se uma manifestação nacional em Lisboa, na Alameda D. Afonso Henriques.
O pré-aviso de greve foi entregue no Ministério da Educação, no dia 21, por uma delegação das organizações sindicais (ASPL, Fenprof, FNE, Pró-Ordem, Sepleu, Sinape, Sindep, SIPE, Sippeb e SPLIU), formalizando assim a decisão anunciada após uma reunião com o ME, a 7 de Setembro.
Numa nota divulgada dia 19, as estruturas da plataforma sindical docente voltaram a exigir que o Governo «honre o compromisso que assumiu, cumpra a lei e respeite a Assembleia da República, ou seja, negoceie o prazo e o modo de recuperar todo o tempo de serviço» que os professores e educadores cumpriram nos períodos de congelamento das carreiras (nove anos, quatro meses e dois dias).
Em relação a horários de trabalho e a condições de aposentação, o Executivo «continua sem apresentar qualquer proposta, recusando a negociação». «Continua sem se saber quando será concretizado» o reposicionamento na carreira. Para redução dos níveis de precariedade, as medidas tomadas pelo ME «ficam muito aquém das necessidades das escolas e do direito dos docentes à estabilidade no seu exercício profissional».
Os sindicatos decidiram entregar o pré-aviso no final de uma semana de plenários, por todo o País, nos quais milhares de professores e educadores aprovaram uma «tomada de posição» a dar força às posições defendidas junto do Ministério.
A greve começa às zero horas do dia 1 de Outubro e prolonga-se até às 24 horas do dia 4. Os docentes «podem fazer greve na totalidade ou apenas em alguns destes dias», esclareceram dia 21 as organizações sindicais, informando que a paralisação vai ter incidência, em cada dia, em diferentes distritos: Lisboa, Setúbal e Santarém, no dia 1; Évora, Beja, Portalegre e Faro, no dia 2; Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco, no dia 3; Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança, no dia 4, tal como a Região Autónoma dos Açores e os docentes do ensino português no estrangeiro.