O dia começou no distrito de Castelo Branco, mais propriamente no concelho da Covilhã, onde a delegação do PCP esteve reunida com a Plataforma pela Reposição das SCUT na A23, A24 e A25, constituída pelas comissões de utentes da A23 e A25, uniões de sindicatos de Castelo Branco e Guarda e várias associações empresariais. Durante a reunião, os representantes do Partido deram a conhecer a acção e iniciativa do PCP contra as portagens, em particular o projecto-lei que propunha a sua abolição nas antigas SCUT e o projecto de resolução pela abolição das portagens na A23, que PS, PSD e CDS se uniram para inviabilizar.

Os representantes da comissão, por seu lado, testemunharam as consequências profundamente negativas das portagens para as populações e o tecido económico das regiões servidas pelas vias agora portajadas. Referiram-se ainda a estudos que comprovam a relação entre a implementação de portagens e a destruição de emprego e ao papel ruinoso das PPP rodoviárias.

Ambas as delegações concordaram não só na urgência de abolir as portagens como na necessidade de uma verdadeira política de descentralização, que passe pelo investimento público, a salvaguarda e melhoria dos serviços públicos e a criação das regiões administrativas.

Os comunistas contactaram ainda as operárias da Benoli e com a população da Covilhã, no centro da cidade. As propostas do Partido para valorização de quem trabalha (em particular a de aumento do salário mínimo para 650 euros já em Janeiro) e a necessidade de o reforçar estiveram no centro das atenções.

Indústria e agricultura

O deputado comunista rumou depois à Figueira da Foz, onde desenvolveu um novo programa de contactos e visitas. Na visita à Celbi, uma das duas empresas produtoras de pasta de papel do concelho, que gere cerca de 84 mil hectares de eucalipto, a administração informou que apenas 10 por cento da sua produção é dirigida ao mercado interno e que esta proporção tem vindo a diminuir. Como principais problemas, a administração apontou a diminuição de actividade da indústria da celulose, o aumento do preço da energia, a menor disponibilidade de matéria-prima, as limitações do Porto da Figueira da Foz e a dificuldade de abastecimento de produtos químicos no mercado nacional.

A delegação do PCP, por seu lado, levantou questões sobre problemas ambientais, o papel de trabalhadores com vínculo precário no processo produtivo e a diferença do preço da madeira ENTRE Portugal e Espanha.

Na Plasfil, empresa que produz plásticos para o sector automóvel, a delegação do PCP ficou a conhecer melhor o enquadramento do sector automóvel e o peso crescente de mercados como o chinês e confirmou o peso do recurso a empresas de trabalho temporário na empresa e a precariedade que daí advém.

Numa reunião com produtores de leite e dirigentes da Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra, foi informado que restam apenas 25 explorações de leite no concelho, quando já existiram centenas, o que comprova as consequências das opções políticas de sucessivos governos e da UE. A nível nacional, caiu-se de 90 mil para menos de seis mil produtores. A quebra do preço à produção foi mais um duro golpe nos produtores.

João Pimenta Lopes no Porto
e Miguel Viegas nos Açores

No dia 21, o deputado do PCP no Parlamento Europeu João Pimenta Lopes esteve no distrito do Porto numa jornada dedicada aos assuntos sociais, nomeadamente a pobreza.

Na reunião com a Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal o deputado ficou a conhecer melhor as preocupações da instituição com os elevados índices de pobreza registados no País, e em geral, na União Europeia, e a sua visão sobre o chamado «Pilar Europeu dos Direitos Sociais». João Pimenta Lopes visitou ainda a Associação Migalha de Amor, mais conhecida pela sua estrutura de apoio social «O Coração da Cidade», que presta auxílio a um conjunto significativo de pessoas em situação de pobreza e exclusão social. Aí, o deputado comunista teve uma ideia mais próxima da realidade de carências existentes no distrito do Porto.

João Pimenta Lopes participou ainda num debate na Faculdade de Economia do Porto sobre o «Pilar Europeu dos Direitos Sociais», denunciando desde logo o logro que este representa: as intenções nele plasmadas colidem com a prática de ataque a direitos há muito prosseguida pela UE.

Miguel Viegas, igualmente deputado do PCP no Parlamento Europeu, esteve nas ilhas açorianas de São Jorge e Pico a participar num vasto conjunto de visitas e encontros, acompanhado pelo coordenador regional do Partido Vítor Silva. No Pico, esteve reunido com a Câmara Municipal da Madalena e visitou a Adega Cooperativa Vitivinícola e uma fábrica de conservas. Antes, em São Jorge, participou numa acção de contacto com agricultores e suas organizações.

Na reunião com a Associação dos Jovens Agricultores sobressaiu a preocupação com a água e, principalmente, com as alterações verificadas no padrão de precipitação e a alternância entre chuvas intensas e longos períodos de seca. Impõe-se a manutenção da estrutura actual, que está degradada, e a adopção de um plano de gestão das reservas hídricas visando antecipar o futuro e preparar a ilha com uma infra-estrutura adequada para garantir o abastecimento às populações e ao sector agrícola.