STAL apela à rejeição pelas autarquias das transferências de competências

PRESSA Os prazos ins­critos nas leis acor­dadas por PS e PSD in­vi­a­bi­lizam qual­quer dis­cussão séria e de­nun­ciam o ob­jec­tivo de amarrar as au­tar­quias à con­cre­ti­zação das me­didas já em 2019.

Sem de­bate nem con­senso, PS e PSD querem re­con­fi­gurar o Es­tado

A au­to­nomia do Poder Local de­mo­crá­tico está ame­a­çada, alertou o Sin­di­cato Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores das Au­tar­quias Lo­cais, que na se­mana pas­sada exigiu a sus­pensão do pro­cesso de trans­fe­rência de com­pe­tên­cias da Ad­mi­nis­tração Cen­tral. Num co­mu­ni­cado de 27 de Agosto, o STAL/​CGTP-IN apelou aos eleitos nos ór­gãos au­tár­quicos para que, até 15 de Se­tembro re­jeitam essa trans­fe­rência e, «em con­junto com os tra­ba­lha­dores e a po­pu­lação, se em­pe­nhem na cons­trução de um ge­nuíno, par­ti­ci­pado e efec­tivo pro­cesso de des­cen­tra­li­zação, que con­tribua para o de­sen­vol­vi­mento local e para a me­lhoria da qua­li­dade e con­di­ções de vida» nos con­ce­lhos e fre­gue­sias.

A Lei-Quadro de trans­fe­rência de com­pe­tên­cias do Es­tado Cen­tral para as Au­tar­quias Lo­cais (Lei 50/​2018) e vá­rias al­te­ra­ções à Lei das Fi­nanças Lo­cais (Lei 51/​2018) foram apro­vadas na AR a 18 de Julho, com os votos do PS e do PSD, e ti­veram pu­bli­cação ofi­cial a 16 de Agosto (ver também aqui).

As­si­na­lando a falta de de­bate, no­me­a­da­mente com os tra­ba­lha­dores e as suas es­tru­turas re­pre­sen­ta­tivas, e de con­senso, o STAL afirma que está em marcha «uma re­con­fi­gu­ração im­por­tante do papel do Poder Local de­mo­crá­tico, sus­cep­tível de agravar os seus pro­blemas de sub­fi­nan­ci­a­mento no médio prazo».

Este pro­cesso «com­porta uma pro­funda re­con­fi­gu­ração do Es­tado no exer­cício das suas fun­ções con­sa­gradas na Cons­ti­tuição, põe em causa os di­reitos de mi­lhares de tra­ba­lha­dores e ameaça a au­to­nomia do Poder Local de­mo­crá­tico, pre­ten­dendo trans­ferir para as au­tar­quias e en­ti­dades in­ter­mu­ni­ci­pais um vas­tís­simo con­junto de ta­refas, abran­gendo do­mí­nios es­sen­ciais à vida das po­pu­la­ções, como são os casos da edu­cação, da saúde, da acção so­cial, da ha­bi­tação, da cul­tura, cuja es­cala de ac­tu­ação é em muitos casos su­pra­mu­ni­cipal».

Para o STAL, é es­sen­cial uma des­cen­tra­li­zação que con­cre­tize a re­gi­o­na­li­zação, va­lo­rize o Poder Local de­mo­crá­tico, do­tando-o dos re­cursos ade­quados, re­ponha as fre­gue­sias, res­peite os di­reitos e as­se­gure a uni­ver­sa­li­dade das fun­ções so­ciais do Es­tado, a partir de po­lí­ticas na­ci­o­nais.

 



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