O PIB e os salários

O aumento homólogo do Produto Interno Bruto, em 2,3 por cento, no segundo trimestre de 2018, demonstra a importância dos rendimentos de quem trabalha e trabalhou, como factor de dinamização da economia nacional, contribuindo assim para um maior crescimento económico e para o aumento de emprego.
Numa nota emitida na sexta-feira, 31 de Agosto, a propósito dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos às contas nacionais trimestrais, a CGTP-IN observou ainda, que os salários não têm acompanhado o nível de crescimento económico. O seu valor real tem-se mantido praticamente estagnado e, no período em questão, apresentam apenas um crescimento homólogo de 0,5 por cento. Para além disto, em cada três novos contratos, dois têm um vínculo precário, dizem também os dados.
Para a CGTP-IN, esta situação demonstra a necessidade de romper com o ciclo de baixos salários e baixo valor acrescentado que marca a evolução económica nas últimas décadas. Mais salários, melhor emprego e a valorização das profissões são destacados como elementos centrais nesta ruptura, notando a Intersindical que, «tivesse o Governo do PS empreendido uma política mais justa na repartição da riqueza, o País estaria hoje com ritmos de crescimento e desenvolvimento económico bem mais significativos».
Urge investir na produção nacional, defender e modernizar os sectores tradicionais e promover novas fileiras, que incorporem maior valor acrescentado, defende a confederação. Para promover o desenvolvimento e o progresso social do País é ainda necessário incrementar a melhoria do poder de compra, com uma política laboral, salarial e fiscal que valorize os trabalhadores e avance nos seus direitos.

Mudança da hora?

Mais do que discutir a mudança da hora, importa respeitar os horários e assegurar as 35 horas como duração normal do trabalho, comentou a CGTP-IN, também no dia 31, reagindo ao anúncio de que a Comissão Europeia tenciona impor a hora de Verão aos países membros da UE. Esta proposta (ver posição do PCP na pág. 10) representa, para a Inter, uma clara ingerência na soberania nacional e confirma a opção de privilegiar os interesses do capital em detrimento dos direitos fundamentais das pessoas.
O caminho certo e seguro para a estabilidade e o bem-estar dos assalariados e a opção política ajustada ao País será respeitar os horários de trabalho e valorizar os direitos dos trabalhadores, insistiu a CGTP-IN.

 



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