Iémen, mais um crime
A «coligação» militar liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelos EUA, Reino Unido e França voltou, na passada quinta feira, a cometer mais um bárbaro crime no Iémen. A cidade portuária de Al-Hudaydah e a região a Sul da cidade têm sido alvo de violentos combates. A população tenta fugir à violência. Foi nesta fuga que dezenas de pessoas, quase todas da mesma família, foram alvo de um bombardeamento ao veículo onde seguiam. Esse bombardeamento terá tido também como alvo, um campo de deslocados internos. Foram mortas, só nesse bombardeamento, 27 pessoas, 22 das quais crianças, e 4 mulheres.
Este crime surge duas semanas depois do ataque de 9 de Agosto a um autocarro escolar onde foram assassinadas mais de 40 crianças. Nesse ataque foi utilizada uma bomba de fabrico norte-americano. Segundo estimativas que podem estar subavaliadas já terão sido mortas na guerra do Iémen 16.000 pessoas, dois terços das quais civis. O número de feridos ultrapassa, em número oficiais da ONU, os 55.000. Cerca de 22 milhões de pessoas estão em situação de necessidade de apoio humanitário. Enquanto isso da Arábia Saudita, mais quatro pessoas, de origem Xiita, encontram-se em risco de serem degoladas depois de terem já cumprido mais de dois anos e meio de prisão na sequência de protestos contra o regime saudita. Só no último ano foram executadas 150 pessoas.
A comunicação social dominante esforça-se para esconder as trágicas consequências da guerra apoiada pelos EUA, França e Reino Unido, silenciando os vários crimes de guerra que ali estão a ser cometidos. Esses crimes, e a violenta repressão dentro na própria Arábia Saudita são escondidos por detrás das grandes parangonas que vão entretendo a dita «opinião pública» com as notícias da «modernização» daquele tenebroso regime.
É tempo dos amantes da paz e da justiça se mobilizarem. Pela verdade, contra a hipocrisia do imperialismo e pelo fim de um gigantesco crime contra o povo iemenita.