Medina toma reféns
A luta que o STRUP trava na Carris é uma luta perante uma administração que, em vez de administrar uma empresa pública, se colocou ao serviço de objectivos estratégicos da UGT. A administração e os sindicatos chegaram a acordo sobre todas as matérias, chegou a ser enviado para o STRUP um «texto final», realizaram-se os plenários de trabalhadores e houve acordo com a assinatura do texto.
Para depois a administração condicionar a assinatura à inclusão de uma cláusula que ela sabe ser recusada pelo STRUP: estabelecer o princípio do pagamento coercivo aos sindicatos de todos os trabalhadores abrangidos pelo AE. Uma cláusula que é absolutamente neutra à empresa, mas serve interesses – ideológicos e organizativos – do capital, da UGT, e pelos vistos, do PS.
Estes sonham com a possibilidade de sindicatos sem necessidade de trabalhadores, que sobrevivam simplesmente à custa dos acordos com o patronato, que depois faria caducar toda a restante contratação e ainda se encarregaria de entregar ao «sindicato» amigo a quota arrancada aos trabalhadores. «Sindicatos» que deixariam de ser organizações de trabalhadores para se transformarem em prestadores de serviços, aparentemente aos trabalhadores, mas na realidade aos patrões. E escolheram a Carris para criar um precedente com peso e significado.
Depois de muitas promessas, reuniões e negociações, a empresa passou agora a tomar como reféns os sócios do STRUP na empresa, discriminando-os do acesso aos incrementos remuneratórios conquistados no novo Acordo de Empresa, com o objectivo – mais uma vez, político – de chantagear o sindicato e tentar forçá-lo a assinar o que não quer assinar.
O trabalhadores concentram-se hoje à porta de Fernando Medina, Presidente da CMLisboa, que ao serviço do PS dirige este processo. É ao lado dos trabalhadores, da sua luta, da sua organização, que o PCP está. Como sempre!