Reforçar o Partido, realizar uma grande Festa

Rui Fernandes (Membro da Comissão Política)

«Há ainda muito a fazer seja do ponto de vista da cons­trução seja quanto à venda da EP»

Os de­sen­vol­vi­mentos da si­tu­ação po­lí­tica com­provam aquilo que o PCP tem afir­mado desde o início da Le­gis­la­tura: a cor­re­lação de forças na As­sem­bleia da Re­pú­blica não cor­res­ponde àquela que seria ne­ces­sária para con­cre­tizar a po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda que a res­posta aos pro­blemas de fundo do País exigem mas, em ar­ti­cu­lação com o de­sen­vol­vi­mento da luta de massas, per­mite al­cançar avanços na de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos e ren­di­mentos.

Pro­gressos mais ime­di­atos que não iludem a ne­ces­si­dade de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda que ins­creva como ob­jec­tivos, entre ou­tros, o re­forço da pro­dução na­ci­onal e do in­ves­ti­mento pú­blico, a va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores, a me­lhoria dos ser­viços pú­blicos e fun­ções so­ciais do Es­tado. Ob­jec­tivos in­se­pa­rá­veis da rup­tura com a po­lí­tica de di­reita, com os cons­tran­gi­mentos im­postos pela União Eu­ro­peia e o Euro, e com a afir­mação da so­be­rania na­ci­onal.

Ta­refa in­subs­ti­tuível

Sendo uma ne­ces­si­dade per­ma­nente, mas tendo pre­sente as cir­cuns­tân­cias que en­volvem cada mo­mento con­creto, a ta­refa do re­forço do Par­tido nos seus múl­ti­plos as­pectos é, nos tempos que correm, uma questão cen­tral. Re­forço da gal­va­ni­zação mi­li­tante, da acção con­victa de con­tacto para o es­cla­re­ci­mento e para trazer novos mi­li­tantes ao Par­tido. Acção de es­cla­re­ci­mento e de con­tacto tão mais ne­ces­sária quando au­menta o grau da ofen­siva ide­o­ló­gica contra o ideal co­mu­nista e as po­si­ções do Par­tido. Re­forço do Par­tido que tem de ter pre­sente a ne­ces­si­dade de res­pon­sa­bi­li­zação de novos ca­ma­radas. Re­forço do Par­tido que co­loca a ne­ces­si­dade da for­mação po­lí­tica-ide­o­ló­gica de cada mi­li­tante, desde logo com a lei­tura do «Avante!» e da re­vista «O Mi­li­tante» porque, além do mais, a com­ple­xi­dade das si­tu­a­ções e pro­blemas são cada vez mais exi­gentes, e se é certo que nas cha­madas redes so­ciais há muita coisa útil, também é certo que há muito lixo, muita mis­ti­fi­cação, muitos «ca­valos de Troia». Não é nas redes so­ciais que o Par­tido cons­trói a sua opi­nião, mas na dis­cussão co­lec­tiva no quadro do fun­ci­o­na­mento re­gular do Par­tido, das reu­niões dos seus di­versos or­ga­nismos.

Rumo a uma grande Festa

Es­tamos a poucos dias da aber­tura de portas para mais uma «Festa do Avante!». Uma Festa para todos. A Festa da so­li­da­ri­e­dade e paz, da ami­zade, fra­ter­ni­dade e ca­ma­ra­dagem. A Festa do Por­tugal de Abril e dos seus va­lores e pro­jecto.

Uma Festa cons­truída com o tra­balho mi­li­tante, pelos mi­li­tantes do Par­tido e da JCP, por muitos amigos da Festa, por gente dos mais va­ri­ados sa­beres que fazem dela uma imensa obra co­lec­tiva.

No pouco tempo que resta até ao seu início há ainda muito a fazer seja do ponto de vista de cons­trução, seja quanto à venda da EP ou à mo­bi­li­zação para a pre­sença na mesma. Festa do «Avante!» que é também es­paço de es­cla­re­ci­mento e con­tacto, e de um mais forte im­pulso para a con­ti­nu­ação da luta pelos va­lores, causas e pro­jecto de que somos por­ta­dores e que cor­res­pondem aos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

In­ten­si­ficar a luta

Se o pe­ríodo tra­di­ci­o­nal­mente de fé­rias não parou a luta em vá­rios sec­tores e em­presas, no ar­ranque da ac­ti­vi­dade im­porta in­ten­si­ficar a exi­gência de res­posta por parte do Go­verno PS aos muitos pro­blemas nos ser­viços pú­blicos, no­me­a­da­mente na saúde e edu­cação, contra a le­gis­lação la­boral do PS/​UGT/​Pa­tro­nato, pela va­lo­ri­zação das re­formas e pen­sões e ou­tros apoios so­ciais, pela va­lo­ri­zação das car­reiras e sa­lá­rios, entre tantos ou­tros as­pectos. A la­dainha do Go­verno se­cun­dado por ana­listas e co­men­ta­dores sau­dosos uns do tempo PSD/​CDS-PP, ou­tros var­rendo para de­baixo do ta­pete evi­dên­cias para jus­ti­ficar o in­jus­ti­fi­cável do «Roma e Pavia não se fi­zeram num dia», como se os tra­ba­lha­dores e as po­pu­la­ções co­lo­cassem as suas rei­vin­di­ca­ções num «tudo ou nada», pro­cura des­viar as aten­ções da sua pre­va­lência por tudo o que são ori­en­ta­ções e re­gras da UE e, até, da NATO. Como re­pe­ti­da­mente temos afir­mado, os in­te­resses na­ci­o­nais, a res­posta aos pro­blemas de fundo do País, têm de ter pri­o­ri­dade. Pela parte do PCP, será guiado pelos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo que a sua acção, in­ter­venção e luta pros­se­guirá.




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