O critério da verdade

Manuel Rodrigues

A votação realizou-se no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na passada quinta-feira.

O que estava em causa era a recomposição do Parlamento Europeu a partir de Maio de 2019, tendo presente a saída do Reino Unido com os seus 72 mandatos.

Ora, o que propunham os deputados do PCP era que os 72 mandatos fossem redistribuídos e que Portugal recuperasse 4 deputados, passando para os 25 mandatos que já teve (actualmente são 21, já que perdeu 4 nos sucessivos alargamentos da UE).

Ora, o relatório apresentado, que reunira o consenso no Conselho Europeu (com o aval do Governo português), não apontou nesse sentido e, como na UE quem manda é o capital monopolista, as grandes potências decidiram que os países a reforçar são França, Holanda, Espanha e Itália e não Portugal, que não recuperará um único dos 4 deputados que perdeu.

Estando em causa um tão evidente interesse nacional, seria de esperar uma posição de brio patriótico de todos os 21 actuais deputados portugueses no PE.

Pois seria, mas não foi. O relatório foi aprovado com os votos favoráveis dos deputados do PS, PSD e CDS e a abstenção da deputada do BE. Da representação portuguesa, só os três deputados do PCP votaram contra.

Para cúmulo, após a votação final, o deputado Pedro Silva Pereira (do PS) disse estar «muito satisfeito» com a redução do número total de deputados para 705 e a manutenção dos 21 lugares portugueses.

Ora aí temos mais uma situação a mostrar quem defende os interesses do País. Do País e não só, que quando se trata de defender os interesses dos trabalhadores e do povo contra os interesses do grande capital, o PCP nunca falha com a sua inequívoca postura de classe.

E, como a prática é o critério da verdade, é por estas e por outras que vale a pena e é preciso reforçar o PCP.




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