Razões acrescidas para 9 de Junho
«O aumento geral dos salários é um imperativo nacional e um motor do próprio desenvolvimento do País», salientou a CGTP-IN, considerando «inadmissível» que o primeiro-ministro tenha vindo declarar a intenção de não actualizar este ano, mais uma vez, os salários dos trabalhadores da Administração Pública.
A concretizar-se, isto representaria uma década de negação da actualização salarial anual. Com tal posição, o Governo do PS «viola o princípio da negociação colectiva no sector público, nega o direito à actualização anual dos salários e dá um sinal profundamente negativo ao sector privado».
À escolha, apresentada pelo chefe do Governo como obrigatória, entre aumentos salariais e contratação de pessoal, a Intersindical contrapõe que «a necessária recuperação dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, depois do forte ataque a que foram sujeitos, passa, em simultâneo, pelo aumento do número de trabalhadores e pela subida dos seus salários».
A opção de fundo é «entre uma política articulada de desenvolvimento, na qual os salários, os serviços públicos e, entre outros factores, o aumento da produção nacional desempenham um papel central, ou a manutenção de uma política centrada na obsessão da redução do défice e num modelo assente nas baixas remunerações, numa produção desqualificada e em serviços públicos debilitados».
O «elemento determinante» não é a escassez de meios financeiros, porque «o dinheiro que abunda para acudir aos bancos privados, que serve para pagar as rentabilidades privadas das PPP [parcerias público-privado] e que é usado para pagar uma dívida em parte ilegítima e no seu todo impagável, escasseia no SNS, falta à escola pública, tarda à Segurança Social e não se vê na cultura».
Para a Inter, «estas são, entre outras, razões acrescidas para exigir o aumento geral dos salários para os trabalhadores do sector público e privado e participar na grande manifestação nacional que terá lugar no dia 9 de Junho em Lisboa», do Campo Pequeno para o Marquês de Pombal.