Combater a pobreza
O Instituto Nacional de Estatística publicou esta semana os resultados do inquérito anual sobre rendimentos e condições de vida dos portugueses.
De acordo com os dados divulgados, um total de dois milhões e 399 mil portugueses estavam em risco de pobreza ou exclusão social em 2017, menos 196 mil em relação a 2016. Para este efeito, o INE considera que o limiar da pobreza é o rendimento de 454 euros por adulto. Do total de pessoas em pobreza ou exclusão social, 18% (431 mil) eram menores de 18 anos.
Estes são indicadores que se somam a outros já conhecidos: mais de 700 mil trabalhadores têm salários inferiores a 600 euros, 59,6% recebem menos de 818 euros, as reformas e pensões têm valores muito baixos. O número de portugueses vítimas de pobreza é, por si só, a expressão mais visível de uma espiral de desigualdades sociais que afecta de forma estrutural o País, um brutal libelo acusatório contra a política de direita. O facto de quase um quinto das crianças e jovens viverem numa situação de pobreza não pode deixar de exigir respostas políticas que lhe ponham fim.
A diminuição em quase 200 mil do número de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza num espaço de dois anos mostra bem a razão do PCP: uma redução que não pode ser desligada da sua determinação na reposição e conquista de rendimentos, salários e direitos que tem sido possível concretizar correspondendo às razões de luta dos trabalhadores e do povo. Mas ao mesmo tempo mostra o muito que é necessário concretizar para enfrentar e eliminar a pobreza em Portugal.
O contributo decisivo para esse combate impõe desenvolver o País, aumentar salários, nomeadamente o salário mínimo nacional para 650 euros, melhorar reformas e prestações sociais, produzir mais riqueza e distribuí-la melhor.