Unionistas e republicanos sem consenso para governar
A líder do Sinn Fein na Irlanda do Norte, Michelle O'Neill, responsabilizou o DUP (partido unionista) pelo fracasso da última ronda de conversações, para a formação de um governo bipartido.
«Chegamos a um acordo com o DUP, mas a sua direcção recusou apoiá-lo», declarou Michelle O'Neill, dia 14, em Belfast.
A dirigente republicana notou ainda que as questões pendentes «não vão desaparecer e que terão de ser resolvidas, seja daqui a um dia, um mês ou vários meses».
Por seu lado, Arlene Foster, líder do DUP, declarou que «neste momento, não existem quaisquer perspectivas de que estas conversações conduzam à formação de um executivo», apontando a persistência de divergências «sérias e importantes» entre os unionistas e o Sinn Fein, nomeadamente sobre o uso da língua gaélica no território.
Arlene Foster pediu entretanto ao governo de Londres para assumir as rédeas do poder naquela província autónoma britânica.
«Agora cabe ao governo de Sua Majestade estabelecer um orçamento e começar a tomar decisões políticas sobre as nossas escolas, hospitais e infra-estruturas», disse a líder do DUP.
A Irlanda do Norte está sem governo desde Janeiro de 2017, altura em que se realizaram eleições antecipadas, na sequência da demissão do cargo de vice-primeiro-ministro, de Martin McGuinness, líder do Sinn Fein entretanto falecido.
Perante o impasse, o parlamento britânico já se substituiu no ano passado à administração descentralizada de Belfast, aprovando o orçamento por via a assegurar a continuidade dos serviços públicos na província britânica.
A ministra britânica para a Irlanda do Norte, Karen Bradley, apelou aos dois partidos a que «reflictam sobre as circunstâncias que conduziram ao fracasso», reafirmando que «um governo regional é do interesse de todos».