Contas boas da Medway

No primeiro ano de gestão privada da CP Carga – vendida à multinacional MSC e agora denominada Medway – as contas apresentadas pela administração mostram «uma melhoria significativa». No boletim «Entrelinhas», a Comissão de Trabalhadores da Medway informa sobre o parecer que emitiu relativo ao ano de 2016, começando por registar que o resultado líquido passou de -12,1 milhões de euros para -1,6 milhões.

Só que «essa variação não resulta de outra coisa que não seja a transferência das 59 locomotivas da CP para a CP Carga, no momento imediatamente anterior à privatização».

De rendas relativas ao aluguer dessas locomotivas, a CP Carga pagou à CP quase 19 milhões de euros por ano, em 2013 e 2014, e mais de 14 milhões, em 2015.

Com a operação de capitalização da operadora, o resultado líquido desta no ano seguinte beneficiaria sempre de uma melhoria igual ao custo das rendas que a empresa privatizada deixou de ter de pagar.

«A melhoria das contas com a privatização não se deve a qualquer mérito da gestão privada, mas tão somente ao facto de a empresa pública CP ter capitalizado a CP Carga apenas para a vender, numa daquelas opções que só se explicam se tivermos em conta que quem gere o Estado português tem tido como objectivo central a transferência dos activos públicos para a propriedade privada», comenta a CT da Medway.

Ao analisar a operação, é observado o peso crescente do transporte de contentores, mas o aumento de receitas foi inferior ao crescimento do trabalho efectuado, prometendo a CT acompanhar com cuidado esta vertente, para «evitar perigos de capitalização da multinacional à custa da Medway».

A CT expressa discordância com a opção de gestão que se reflecte no decréscimo de alguns tipos de carga transportada e da utilização da tracção a diesel, porque o transporte ferroviário de mercadorias «é estratégico para o País e deve ser assegurado mesmo onde ainda não se conseguiu a electrificação da infra-estrutura».

 



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