Catalães repudiam política centralista e reaccionária

CATALUNHA As eleições regionais realizadas, dia 21, na Catalunha saldaram-se numa clamorosa derrota do Partido Popular de Mariano Rajoy e na renovação da maioria parlamentar dos partidos independentistas.

PP de Rajoy sofre derrota histórica na Catalunha

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Num escrutínio que teve uma participação recorde de 81,94 por cento, o partido Ciudadanos foi a força mais votada, com 25,4 por cento dos votos (um pouco mais de um milhão e cem mil votos) e 37 deputados.

Logo a seguir, com 21,6 por cento (941 mil votos) e 34 deputados, surge a formação Juntos Pela Catalunha (JuntsxCat), encabeçada pelo presidente destituído e exilado em Bruxelas, Carles Puigdemont.

A Esquerda Republicana apareceu em terceiro lugar, com 21,4 por cento (929 mil votos) e 32 deputados.

Recorde-se que estas duas últimas formações independentistas concorreram em coligação nas eleições de 2015, tendo então obtido 62 deputados (menos quatro do que actualmente), aos quais se somaram os dez eleitos da CUP.

Seguiram-se o Partido Socialista da Catalunha (ERC), com 13,9 por cento (603 mil votos) e 17 deputados; a Catalunha em Comum – Podemos (Comú-Podem), com 7,5 por cento (324 mil votos) e oito deputados; a Candidatura de Unidade Popular (CUP), com 4,5 por cento (193 mil votos) e quatro deputados; e finalmente o Partido Popular (PP) que recolheu 4,2 por cento (184 mil votos), elegendo apenas três deputados, num parlamento com 135 assentos.

Resulta pois claro que os três partidos que asseguravam uma maioria ao governo de Puigdemont, continuam a dominar o parlamento catalão com um total de 70 deputados (menos dois do que em 2015).

PCP realça derrota do PP

Em nota de imprensa, divulgada dia 22, o PCP lembra que as eleições regionais na Catalunha se realizaram «em circunstâncias anormais, antidemocráticas, com destacados candidatos presos ou perseguidos», considerando que os resultados «representam uma séria derrota da política centralista, reaccionária e repressiva conduzida pelo governo minoritário do Partido Popular (que teve um resultado humilhante) e confirma a necessidade de encontrar para a questão catalã, no quadro de uma resposta mais geral para a questão nacional em Espanha, uma solução política que respeite os direitos democráticos e sociais dos cidadãos da Catalunha e os seus sentimentos nacionais».

«Uma tal solução compete soberanamente aos povos de Espanha. O PCP condena o apoio que tem sido dado pela União Europeia à política antidemocrática do governo de Mariano Rajoy e insiste em que a posição dos órgãos de soberania de Portugal deve pautar-se pelo respeito estrito da Constituição da República Portuguesa.

O PCP salienta ainda «o significado da elevada e histórica participação do povo catalão no acto eleitoral e, considera urgente que sejam anuladas as medidas de inaceitável intolerância antidemocrática tomadas na sequência do referendo de 1 de Outubro contra dirigentes políticos e membros do governo regional da Catalunha».




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